Selic deve passar por ciclo de alta de 150 pontos-base, diz Itaú; veja detalhes da estimativa
Em relatório divulgado nesta quinta-feira (12), o Itaú revisou suas estimativas para a Selic, e agora passa a ver a taxa em 11,75% ao final de 2024.
A taxa Selic está atualmente em 10,50%, mas diversas casas estão revisando para cima as suas visões para a taxa de juros oficial do país, mesmo após o IPCA ter apresentado deflação em agosto.
“Passamos a esperar um ciclo de alta de juros (de 150 p.b) começando na reunião de setembro, em um contexto de taxa de câmbio pressionada, expectativas de inflação desancoradas e alguma revisão (ainda que pequena) do hiato do PIB. Projetamos taxa Selic de 11,75% ao final de 2024, com uma alta adicional em janeiro do ano que vem, alcançando um nível terminal de 12,00%”, escrevem os analistas do Itaú.
Já para 2025, o banco afirma que a manutenção dos juros em um patamar contracionista ao longo do primeiro semestre deve resultar em uma desaceleração da atividade econômica, além de alguma apreciação da taxa de câmbio.
Tal cenário, dizem os analistas, permitirá cortes de juros a partir da segunda metade de 2025. Com isso, o banco projeta uma Selic em 11% ao final de 2025.
O PIB do Brasil para 2024 também foi revisado pelo Itaú, de 2,50% para 3%. Já em 2025, o Produto Interno Bruto do país deve crescer 2%, segundo os analistas, ante 1,80% na previsão anterior.
“O consumo das famílias deve continuar impulsionando o crescimento da economia, em meio à resiliência do mercado de trabalho“, diz o Itaú.
Já a projeção para o dólar foi reduzida de R$ 5,50 ao final de 2024 para R$ 5,40. Para 2025, o Itaú espera uma taxa de câmbio de R$ 5,20.
“A perspectiva de aumento do diferencial de juros, com o início de um ciclo de corte (potencialmente mais agressivo) pelo Fed (banco central dos EUA) e um ciclo de alta de juros pelo Banco Central do Brasil (BCB), tende a favorecer a moeda brasileira no médio prazo”, escreve a casa.
Enquanto as previsões para Selic, PIB e dólar foram revisadas, o Itaú manteve em 4,20% sua expectativa de inflação em 2024.