Selic pode ser impactada por IPCA alto? Decodificador de Investimentos te explica

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio registrou alta de 0,46%, ante avanço de 0,38% em abril. O dado ficou acima das expectativas do mercado, acendendo um sinal de alerta sobre possíveis reflexos na Selic. Mas por que uma coisa impacta a outra? Entenda a seguir, com o Decodificador de Investimentos da Status Invest Assessoria.

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Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA, oito registraram variações positivas em maio. Destaque para os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,69%) que registrou a maior variação. Alimentação e Bebidas (0,62%) e Habitação (0,67%) tiveram os maiores impactos no índice do mês, com 0,13 p.p e 0,10 p.p respectivamente.

De acordo com o IBGE, o IPCA de maio captou os efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul. A região é, por exemplo, uma das maiores produtoras de batata-inglesa, alimento que, teve o maior impacto individual sobre o índice, com alta de 20,61%.

Decodificador de investimentos

Você deve estar se perguntando por que isso é importante. Confira a explicação de Mateus Cabrera, assessor Status Invest Assessoria de Investimentos.

A inflação é, em suma, o aumento generalizado dos preços. Logo, quando temos um avanço na inflação, significa que a população vai pagar mais caro pelos produtos. E o IPCA é o indicador que procura capturar de forma mais ampla essa evolução nos preços.

O principal instrumento utilizado para controle da inflação são os juros. Quanto mais alto estão os juros, mais “caro” fica o dinheiro. E quando a inflação escala, os juros também precisam subir, a fim de balancear os preços.

Entender o reflexo imediato da alta do IPCA no seu dia a dia e no seu bolso não é muito complicado. Agora, nós vamos entender outras possíveis consequências macroeconômicas desse cenário, bem como os impactos que o indicador pode exercer no Ibovespa.

A taxa Selic, taxa oficial de juros brasileira, vem em uma sequência de quedas. Após seis cortes consecutivos de 50 pontos-base, o Copom, em sua última reunião, optou por uma redução de 25 pontos-base, o que por si só já foi suficiente para preocupar o mercado.

Agora, com um IPCA em alta, refletindo os impactos da tragédia no Rio Grande do Sul, parte do mercado já entende que os juros não vão mais cair.

O cenário externo já não vem ajudando: o corte de juros nos Estados Unidos, inicialmente previsto para março, ainda não ocorreu. Com isso, o Brasil precisava seguir mostrando efetividade no controle da inflação para que a taxa continuasse caindo e chegasse a um dígito ao final deste ano.

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No entanto, esse cenário parece não estar se concretizando, sobretudo após o ocorrido no Rio Grande do Sul. E essa não é uma boa notícia nem para a população, e nem para a Bolsa brasileira.

Juros altos, em suma, significam menos investimento, menos crédito, menos poder de compra e menos apetite pelo risco.

Ou seja: fica mais caro para você tomar um empréstimo, financiar um apartamento ou um maquinário novo para a sua fábrica, por exemplo. No ambiente de Bolsa, o custo de oportunidade não se mostra favorável para a tomada de risco na renda variável, e por isso, muitos investidores preferem deixar seu dinheiro “parado” na renda fixa.

Somando isso ao fato dos juros dos Estados Unidos também estarem altos, o que temos é uma saída do investimento estrangeiro do Ibovespa rumo à renda fixa norte-americana. Com isso, a Bolsa perde força e, com a escassez de dólares no mercado nacional, a divisa se fortalece frente ao real.

Confira a opinião de alguma das principais casas de análise sobre o IPCA de maio, bem como sobre os possíveis reflexos na Selic:

  • A divulgação de dados ruins, somada à desancoragem das expectativas de inflação, dúvidas em relação à política fiscal brasileira e incertezas no cenário externo levarão o Copom a adotar uma postura cautelosa na próxima reunião. Passamos a estimar que a Selic seja mantida em 10,50% e fique neste patamar até o final de 2024. (Suno Research)
  • Dentre outros fatores, a falta de credibilidade das metas fiscais, a deterioração nas expectativas de inflação e um real mais fraco exigirão cautela na condução de política monetária, o que aponta para uma pausa nos cortes na próxima reunião do Copom. (Goldman Sachs)
  • Como não temos evidências significativas de grande perda na oferta, acreditamos que esses aumentos de preços relacionados à logística serão revertidos nos próximos meses , não afetando significativamente a previsão anual (UBS BB)
  • O aumento não foi alarmante. As principais altas ocorreram por choques negativos de oferta. Continuamos esperando outro corte de 25 pontos-base na taxa Selic na reunião de junho. No entanto, existe o risco do conselho se concentrar no aumento das expectativas de inflação desde a última reunião e, em meio às preocupações fiscais e à depreciação da moeda, interromper o ciclo de flexibilização mais cedo. (Bank of America).

Entenda como investir nesse cenário

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