A próxima semana será recheada de acontecimentos que agitarão o mercado. Passando pelos aspectos macroeconômicos, com as reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, até a continuidade da temporada de balanço de resultados, os investidores ficarão de olho nos principais eventos desta semana.
Dentro os principais eventos, a definição da taxa básica de juros da economia (Selic), que será divulgada no início da noite da próxima quarta-feira (17), é o destaque. Simultanemanete, acontecerá a reunião do Fomc, analisando os próximos passos da economia norte-americana.
Além disso, também segue no radar a inflação na Europa, após o Banco Central Europeu (BCE) dizer que manterá o mesmo grau de estímulos monetários. A nova vacância no Ministério da Saúde no Brasil também deve ser preenchida. Vale lembrar, também, que a Bolsa mudará de horário e voltará a fechar às 17h a partir de amanhã.
Confira os cinco principais eventos da próxima semana:
Ciclo de alta da Selic?
Atualmente no menor patamar da histórica, a Selic não deve permanecer onde está por muito tempo. Grandes instituições financeiras preveem um início do ciclo de alta para a taxa de juros no Brasil, a começar pela próxima reunião, nesta semana.
O Comitê de Política Monetária (Copom), formado por integrantes do Banco Central (BC), deve elevar a Selic em 0,5 ponto percentual, segundo os bancos.
Para o Boletim Focus, que reúne a expectivativa de especialistas do mercado financeiro, a taxa deve terminar o ano em 2021. Os investidores seguem de olho na alta da inflação e risco fiscal no Brasil.
Fomc deve manter juros zerados
Da mesma forma que o Copom, o Federal Open Market Committee (Fomc) fará suas reuniões entre terça-feira e quarta-feira. É amplamente aguardado que o comitê mantenha a taxa de juros referencial nos Estados Unidos entre 0% e 0,25%, conforme já apontou o Federal Reserve (Fed) recentemente.
As atenções, contudo, permanecem sobre a inflação norte-americana. Enquanto a autoridade monetária diz que o movimento está sob controle, os investidores precificam uma guinada dos preços na economia, o que pressionaria o BC a elevar a taxa de juros antes do esperado.
As Treasuries, títulos do Tesouro norte-americano, apresentam forte alta desde o início de 2021. O papel de 10 anos, considerado o termômetro de risco mundial, passou de 0,915% na virada do ano para a casa de 1,6% nesta semana. Neste domingo, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse que o risco de inflação é administrável e temporário.
Inflação europeia
O aumento de preços na Europa também ficará no radar dos investidores. Na manhã da próxima quarta, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor no Velho Continente de fevereiro; a expectativa do mercado é que atinja 0,9%.
O resultado virá logo após o BCE prometer aumentar “significativamente” o ritmo das compras de títulos. O Quantitative Easing (QE) está segundo utilizado pela autoridade monetária há anos para contornar a dificuldade de crescimento econômico, e ainda mais por conta dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Balanço de resultados
A temporada de resultados corporativos continua a todo vapor no Brasil, chegando próximo de seu encerramento. As empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo têm até o fim de março para divulgarem seus números ao mercado.
Os balanços de companhias como Gafisa (GFSA3), Notre Dame Intermédica (GNDI3), Anima (ANIM3), Copel (CPLE6), SOMA3 e Hapvida (HAPV3) estão entre os destaques. Confira aqui a lista completa.
Pazuello pede para sair
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pediu para deixar a pasta do governo, segundo o jornal O Globo. Ele citou problemas de saúde e, após 10 meses no cargo, deve sair do governo. A troca está prevista para esta semana, embora a saída não tenha sido comunicada oficialmente.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o presidente Jair Bolsonaro conversará com a cardiologista Ludhmila Abrahao Hajjar do Incor e da rede de hospitais Vila Nova Star, acerca da posição vaga. Ela já estaria em Brasília.
A saída de Pazuello amplia a crise do ministério em meio à pandemia, que já deixou mais de 277 mil mortos no País. Esse é um dos principais eventos desta semana.