Selic deve ter nova alta nesta quarta: onde investir?

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (19) para definir a nova taxa Selic. O mercado já precifica uma elevação de 1 ponto percentual, levando a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, tendo em vista o objetivo principal de conter a inflação persistente.

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Além da inflação elevada, fatores como a depreciação cambial e a atividade econômica aquecida justificam a expectativa de continuidade no ciclo de alta da Selic.

Segundo especialistas, a decisão terá impactos diretos sobre o cenário de investimentos, tornando a renda fixa ainda mais atrativa e exigindo maior cautela no mercado de renda variável.

Renda fixa ganha força

De acordo com Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, um ambiente de juros elevados favorece aplicações atreladas à Selic ou ao CDI.

Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs são as opções mais interessantes, pois proporcionam retornos mais elevados em períodos de juros altos e oferecem segurança”, afirma.

Além disso, LCIs e LCAs ainda possuem o benefício da isenção de Imposto de Renda para pessoa física, tornando-se alternativas atraentes.

Contudo, Patzlaff alerta para investimentos prefixados e títulos públicos de longo prazo, como o Tesouro IPCA+ com vencimentos mais distantes.

“Se os juros continuarem a subir, esses investimentos podem sofrer desvalorização de mercado, impactando negativamente o retorno do investidor devido à marcação a mercado“, explica.

Já Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, recomenda priorizar títulos pós-fixados com prazos mais curtos.

“Os títulos atrelados à Selic continuam sendo a melhor escolha para acompanhar o rendimento da taxa mais alta. Para quem deseja diversificar, prefixados de médio prazo podem ser interessantes, desde que o investidor leve até o vencimento, evitando oscilações negativas”, diz.

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Impacto na renda variável

No mercado acionário, a alta da taxa Selic pode trazer mais volatilidade.

“Juros elevados podem reduzir o consumo e os lucros das empresas, pressionando suas cotações”, destaca Patzlaff.

Fundos imobiliários (FIIs) também tendem a sentir o impacto, já que ativos atrelados à renda fixa passam a competir com maior atratividade em relação aos dividendos pagos por fundos imobiliários.

Perspectivas para o futuro

O mercado segue atento não apenas à decisão do Copom desta quarta-feira, mas também ao seu guidance para os próximos meses.

“O que realmente vai mexer com os investidores é o tom do comunicado do Banco Central”, pontua Bento.

Patzlaff acredita que a Selic pode superar os 15% ao ano até o final de 2025, caso o governo não apresente maior responsabilidade fiscal e o cenário externo não favoreça o Brasil.

“Espero que a Selic não chegue a 16%, mas, se não houver ajustes na política econômica, isso poderá se tornar realidade”, alerta.

Bento projeta mais dois aumentos na Selic após a decisão desta semana: um de 0,75 p.p. e outro de 0,25 p.p., encerrando o ciclo de alta nos 15% ao ano.

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Guilherme Serrano

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