Selic: Especialista dá dicas de investimentos após mais um corte da taxa
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, na última quarta-feira (11), cortar mais uma vez a taxa básica de juros do Brasil (Selic) em 0,5%. Com isso, de 5% ao ano, ela passou para 4,5%, atingindo uma nova mínima histórica. Os investidores, então, devem olhar mais uma vez para suas aplicações já que o cenário atual pode estar favorecendo mais o investimento em renda variável, de acordo com especialistas. Entretanto, mesmo com essa afirmação, é necessário muita cautela na hora de investir.
Após o corte da taxa Selic, realizado na quarta-feira, o Banco Central informou que o atual estágio do ciclo econômico “recomenda cautela na condução da política monetária”, indicando que esse valor pode permanecer inalterado no ano que vem, como é previsto por especialistas. É importante destacar que a taxa de juros interfere diretamente na economia do País.
A taxa Selic começou 2019 em 6,5% ao ano, porém desde julho vem sofrendo cortes, como uma forma de impulsionar a economia. Dessa forma, com mais um corte na taxa básica de juros, quais investimentos são recomendados?
De acordo com o sócio-diretor da Methode Consultoria e professor de economia da ESPM, Adriano Gomes, a Selic provavelmente continuará baixa no ano que vem. Isso se deve principalmente por conta da taxa funcionar como o motor de ativação econômica. Assim, para os investidores, é preciso olhar de perto para três pontos nos investimentos, segundo Gomes. São eles:
- Renda Fixa
- Renda Variável
- Negócio Próprio
Renda Fixa
Muitas pessoas preferem investir em coisas que dão resultados que não possuem volatilidade, ou seja, buscam investimentos mais seguros e menos arriscados. A renda fixa funciona como algo garantido e é mais indicada para quem tem um perfil mais conservador. Entretanto, com o novo corte, aplicações indexadas ao CDI irão render menos, assim como acontecerá com a poupança. Na opinião do especialista Adriano Gomes, a busca por investimento em papéis de dívidas de empresas, “notadamente as debêntures de grandes companhias e cotas de fundo de antecipação de recebíveis, uma vez que as empresas para crescerem irão demandar capital de giro” ainda pode ser um bom negócio.
Renda variável
Uma das principais recomendações dos especialistas, com os cortes consecutivos da Selic, têm sido investir em renda variável. Gomes também defende a ideia de olhar com mais carinho para o mercado de ações. “Aplicação em fundo de ações ou mesmo a construção de uma carteira de ações própria” é uma das sugestões de Gomes. “A bolsa subiu bastante neste ano e com o otimismo em alta de consumidores e empresários, pode-se vislumbrar que ainda existe um caminho de crescimento do mercado acionários”, acrescentou o sócio-diretor da Methode Consultoria.
Negócio próprio
Além dos investimentos mais comuns, o economista sugere também que o momento pode ser propício para quem pretende ter um negócio próprio. “Por que não realizar o jump? Quer seja adquirindo uma franquia ou mesmo se arriscando num negócio próprio”. Para ele, com a economia em marcha alta, “existe a chance de emplacar o sonho com rentabilidade”.
Selic e economia brasileira
O economista Adriano Gomes explicou que o corte da taxa básica de juros tem relação direta com o financiamento da dívida pública. “O lado ruim é que apenas 15% a 20% da dívida atual do governo está sendo renovada, isso quer dizer que o impacto da queda da taxa tem seu impacto dividido por 5. A outra ação seria forçar a queda nas taxas de juros na ponta ao consumidor e para o capital de giro das empresas. Dada a estrutura do mercado financeiro brasileiro, essa queda não se verifica de imediato e tampouco com a velocidade necessária”, disse o especialista.
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De acordo com Gomes, o corte na Selic é visto como um incentivo ao investidor. “Assim, na prática, é muito mais um efeito de estímulo ao investidor buscar alternativas de aplicação de seu recurso, uma vez que do lado da aplicação, a queda dos juros é imediata. Daí as sugestões de investimento mencionadas nas respostas anteriores”, diz o professor de economia.
É importante salientar que o investidor deve sempre se atentar aos investimentos a longo prazo. Isso quer dizer que mesmo com alterações no mercado, como a queda da Selic, é preciso ter calma para não tomar decisões precipitadas.