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Após nova manutenção da Selic, há chance do Copom elevar a taxa este ano?

Selic. Foto: iStock.

Selic. Foto: iStock.

Nesta quarta-feira (31), o Copom manteve a Selic em 10,50% ao ano pela segunda reunião consecutiva. Após a decisão, analistas avaliaram o comunicado como “hawkish”, e alguns deles, inclusive, citam a possibilidade de alta na taxa ainda em 2024.

No comunicado do Copom, o comitê diz que a decisão de manter a taxa Selic inalterada é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta. Além disso, os membros do colegiado dizem monitorar “com atenção” como os desenvolvimentos da política fiscal brasileira impactam a política monetária e os ativos financeiros.

Analistas entendem que o documento apresentou um tom mais “hawkish”. Ou seja, mais duro em relação ao combate à inflação.

“O tom do comunicado foi mais hawkish, muito em linha com o que os últimos relatórios do banco central têm mostrado: aumento de projeção da inflação este ano e o próximo, além dos gastos do governo ainda altos e o dólar no patamar de R$ 5,60”, diz Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital.

“O comunicado foi mais hawkish do que o anterior, à medida que levantou uma nova variável: a desvalorização do real frente ao dólar”, completa Luiz Rogé, sócio da Matriz Capital.

Mesmo diante dessa cenário que se desenha um pouco mais desafiador, Hemelin Mendonça aposta em uma manutenção da Selic em 10,50% até o final deste ano.

“O comitê afirmou que vai se manter vigilante e cauteloso quanto ao cenário econômico e à manutenção da inflação na meta. Ou seja: é esperado um cenário de manutenção de juros até o final do ano, se não houver mudanças”, afirma.

Luiz Rogé, por sua vez, não descarta uma nova alta da Selic até o final deste ano, a depender de deterioração de algumas variáveis.

“A depender de algumas variáveis, principalmente do comportamento do câmbio, podemos ter alterações para cima na taxa Selic, ainda que isso talvez não ocorra este ano”, afirma.

Após a decisão do Copom, o UBS emitiu um relatório também destacando a taxa de câmbio como um fator de risco adicional para a inflação.

A casa indica que há uma chance de 30% do Copom elevar a taxa de juros na reunião de setembro. Isso aconteceria caso o dólar siga se apreciando ante o real e a questão fiscal fique aquém das expectativas do mercado.

“Nesse cenário, teríamos três aumentos de 50 pontos-base na Selic em setembro, novembro e dezembro, com os cortes sendo retomados no início do ano que vem”, diz o UBS.

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