Copom quer subir Selic o suficiente para esfriar atividade; análise
Os economistas do Departamento Econômico do Bradesco, após lerem o comunicado que se seguiu ao término do Copom nesta noite, inferiram que o colegiado reforçou a estratégia traçada em dezembro do ano passado, de elevar a Selic a níveis suficientemente contracionistas para desacelerar a atividade em 2025.

“Mantemos nosso cenário de uma taxa Selic atingindo o pico de 15,25% ao ano na metade de 2025, com desaceleração no ritmo das altas em maio e junho”, escreveram os economistas do Bradesco.
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou nesta quarta-feira, 19, a taxa Selic em 1 ponto porcentual para 14,25% a.a.
“Para as próximas reuniões, o Comitê avalia que um ajuste de menor magnitude será adequado, embora tenha deixado em aberto os passos para além de maio e avalie que a incerteza no ambiente externo aumentou. A política comercial americana e seus efeitos elevam a incerteza acerca da política monetária e possuem consequências para os preços de ativos e as condições financeiras”, acrescentam.
Eles destacam também que o modelo do Banco Central aponta para uma inflação em 3,9% no terceiro trimestre de 2026 (atual horizonte relevante da política monetária). O resultado é menor que os 4% ao ano projetados na reunião de janeiro e reflete a melhora na taxa de câmbio e no preço do petróleo, ainda que a alta das expectativas de inflação tenha impedido uma melhora mais robusta na projeção.
“O balanço de riscos foi mantido como assimétrico e altista. O Copom aponta riscos de alta para a inflação, como desancoragem das expectativas, resiliência da inflação de serviços e maior depreciação cambial. Os riscos de baixa incluem uma desaceleração econômica doméstica maior do que a prevista e um cenário menos inflacionário para economias emergentes devido a choques no comércio internacional e nas condições financeiras globais”, apontaram.
Com Estadão Conteúdo