Bradesco (BBDC4) vê pouco espaço para novos cortes na Selic e eleva previsão para taxa em 2024

O Bradesco (BBDC4) realizou uma revisão em suas estimativas para a Selic em 2024. Os analistas do banco agora projetam que a taxa fique em 10,50% neste ano, ante previsão anterior de 9,50%.

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A mudança de visão do banco ocorre em linha com a alteração da rota feita pelo Copom, que em sua última reunião reduziu a taxa Selic em 25 pontos-base, para 10,50% ao ano, interrompendo uma sequência de seis cortes seguidos de 50 pontos-base.

Além disso, na última ata do Copom, o comitê citou preocupações com a inflação, o mercado de trabalho apertado, a aceleração da atividade econômica e a inflação de serviços intensivos em trabalho em patamar incompatível com a meta.

Portanto, diante da mudança de postura do BC e do tom de seu último comunicado, o Bradesco realizou uma revisão altista na sua projeção para Selic em 2024.

“Julgamos que o BC deixou pouco ou nenhum espaço para cortes adicionais da Selic. Diante da
mudança da comunicação do Copom, revisamos nosso cenário para a taxa básica neste ano, de 9,50%
para 10,50%”, diz o relatório do banco.

De acordo com os analistas, mantendo esse nível de juros até meados de 2025, o Banco Central atingirá o objetivo de levar a inflação à meta.

“Assim, revisamos também nossa projeção para o IPCA do próximo ano, de 3,4% para
3,1%, o que permitirá que o BC inicie um novo ciclo de cortes, levando a Selic para 9,5% ao final de 2025″, afirma a casa.

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Como consequência dos juros brasileiros em patamares mais altos, o Bradesco entende que o PIB do país deve sofrer uma desaceleração em 2025.

“A política monetária mais restritiva e por mais tempo também levará a uma desaceleração mais intensa da economia brasileira no ano que vem, resultando em um crescimento do PIB de 1,5%, e não mais de 2,0%”, aponta o relatório.

Neste ano, diz o banco, o PIB do Brasil deve ser impactado pela tragédia recente no Rio Grande do Sul. Assim, os analistas revisaram suas expectativas para o Produto Interno Bruto e também para a inflação no Brasil.

“Em nossas estimativas, a tragédia no estado deverá retirar cerca de 0,2 p.p. do PIB brasileiro neste ano e acrescentar montante semelhante ao IPCA fechado do ano. Projetamos crescimento de 2,3% do PIB e inflação de 3,8% em 2024″, prevê a casa.

Corte de juros nos EUA pode estar mais próximo

No mesmo relatório, o Bradesco também fala sobre a política monetária norte-americana. Segundo os analistas, as condições necessárias para o início dos cortes nos juros dos EUA estão começando a se materializar.

O banco explica que a atividade econômica e o mercado de trabalho dos Estados Unidos têm dado sinais de moderação e que a inflação segue tendência parecida.

“Acreditamos que o Fed dará início ao ciclo de cortes em dezembro, levando a banda superior da taxa de juros a 5,25%”, projeta a casa, em movimento que pode gerar reflexos na Selic.

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Guilherme Serrano

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