A mediana das projeções dos economistas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Centrral para a taxa Selic no fim de 2024 continuou em 11,75%, pela oitava semana seguida. Esse movimento consolida a avaliação do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual na última reunião deste ano, no dia 11 de dezembro.
Considerando apenas as 97 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária para a taxa Selic também se manteve em 11,75%. O Copom aumentou a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual, de 10,75% para 11,25%, no último dia 6 de novembro.
A mediana para a Selic no fim de 2025 passou de 12,00% para 12,25%, refletindo a expectativa de que o Banco Central terá pouco espaço para cortar juros ao longo do ano que vem.
Os dirigentes da autarquia têm mencionado a preocupação com a desancoragem das expectativas, em meio à atividade econômica forte. Considerando apenas as 97 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para a taxa Selic no fim de 2025 oscilou de 12,25% para 12,50%.
A estimativa intermediária para a Selic no fim de 2026 se manteve em 10,00%, ante 9,50% há um mês. A mediana para os juros no fim de 2027 passou de 9,25% para 9,50%, de 9,00% quatro semanas atrás.
IPCA cai de 4,64% para 4,63%
A mediana das previsões dos economistas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 interrompeu uma sequência de sete semanas de alta e diminuiu na margem, de 4,64% para 4,63%.
Ela está acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, a projeção era de 4,55%. Considerando apenas as 112 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 4,67% para 4,64%.
A mediana para a inflação de 2025 passou de 4,12% para 4,34%, mais próxima do teto, de 4,50%, do que do centro da meta, de 3%. A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC terá descumprido o alvo.
Considerando as 111 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 4,21% para 4,49%, quase o teto da meta.
A mediana para a inflação de 2026 passou de 3,70% para 3,78%, distanciando-se do centro da meta pela terceira semana seguida. A projeção para 2027 interrompeu uma sequência de 72 semanas e elevou na margem de 3,50% para 3,51%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o segundo trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária. O colegiado espera um IPCA de 3,60% nos quatro trimestres fechados nesse período, no cenário com a taxa Selic do Focus e dólar começando em R$ 5,75 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).
Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,60% e desacelere a 3,90% em 2025.
PIB sobe de 3,10% para 3,17%
A mediana das estimativas dos economistas do mercado financeiro no boletim Focus do Banco Central para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 passou de 3,10% para 3,17%. Um mês antes, estava em 3,08%. Considerando apenas as 79 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, ela passou de 3,10% para 3,20%.
A estimativa intermediária para 2025 passou de 1,94% para 1,95%. Um mês atrás, estava em 1,93%. Levando em conta apenas as 76 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 1,98% para 1,94%.
Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 68 e 70 semanas, respectivamente.
Dólar sobe de R$ 5,60 para R$ 5,70
A mediana das expectativas dos economistas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para a cotação do dólar no fim de 2024 passou de R$ 5,60 para R$ 5,70. Um mês antes, era de R$ 5,45.
Para o fim de 2025, a estimativa passou de R$ 5,50 para R$ 5,55; e para 2026, de R$ 5,47 para R$ 5,50; enquanto para 2027, a moeda foi de R$ 5,45 para R$ 5,50.
No início deste mês, a moeda norte-americana escalou até R$ 5,8694, o segundo maior nível nominal da história, em meio ao mal-estar causado pelo anúncio da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa, enquanto o governo não apresenta formalmente seu pacote de corte de gastos.
O ministro já sinalizou várias datas para apresentação da proposta, que não se concretizaram, mas agora diz que o anúncio deve ocorrer até a terça, 26.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
Com Estadão Conteúdo
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. Para a composição do boletim, são utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil para juros, IPCA, câmbio, taxa Selic e outros indicadores.
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