Selic e PIB estáveis, IPCA em alta e dólar em baixa: veja projeções do Boletim Focus desta semana
A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu estável pela sétima semana consecutiva, em 15%. Em janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros de 12,25% para 13,25%. O colegiado reiterou a sinalização de mais uma alta de 1 ponto porcentual, a 14,25%, na sua próxima reunião, de março.
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Considerando apenas as 90 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 também permaneceu em 15%.
A mediana para os juros no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela quarta semana consecutiva. Levando em conta apenas as 87 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, também permaneceu em 12,50%.
A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50%. Quatro semanas antes, era de 10,38%. A mediana para a taxa Selic no fim de 2028 se manteve em 10% pela nona semana consecutiva.
Na ata da reunião de janeiro, o Copom afirmou que a elevação da Selic é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante.” O colegiado espera inflação de 5,2% em 2025 e de 4,0% no terceiro trimestre de 2026, o horizonte relevante da política monetária.
IPCA sobe de 5,60% para 5,65%
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 subiu pela 19ª semana consecutiva, de 5,60% para 5,65% – 1,15 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, era de 5,50%. Considerando só as 105 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa passou de 5,58% para 5,66%.
A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.
Na última ata, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que o cenário para a inflação de curto prazo é adverso, com destaque para a alta dos preços de alimentos, influenciados pela estiagem e o ciclo do boi e com tendência de propagação. Os bens industriais são pressionados pelo câmbio.
“Em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”, disse o BC.
A mediana do boletim Focus para o IPCA de 2026 subiu pela nona semana seguida, de 4,35% para 4,40%. Um mês antes, estava em 4,22%. Considerando apenas as 102 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção oscilou de 4,23% para 4,36%.
O Copom aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 12,25% para 13,25%, na reunião de janeiro, e voltou a sinalizar que vai elevar os juros em mais 1 ponto, a 14,25%, no encontro de março.
O horizonte relevante do BC é o terceiro trimestre de 2026, quando o Copom espera uma inflação de 4,0%, considerando o cenário de referência. A projeção para o IPCA de 2025 é de 5,2%. O balanço de riscos do Comitê está assimétrico para cima.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0%. Quatro semanas antes, estava em 3,90%. A projeção para o IPCA de 2028 caiu de 3,80% para 3,79%, após seis semanas em alta. Um mês antes, era de 3,73%.
PIB segue em 2,01%
A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 se manteve em 2,01%. Um mês antes, era de 2,06%. Levando em conta apenas as 69 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 2,08% para 2,0%.
A estimativa intermediária para 2026 permaneceu em 1,70%. Quatro semanas atrás, era de 1,72%. Considerando só as 60 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, permaneceu em 1,70%.
A mediana para o crescimento do PIB de 2027 subiu de 1,98% para 2,0%. Um mês antes, era de 1,96%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável pela 50ª semana seguida, em 2,0%.
O Banco Central espera que a economia brasileira cresça 3,50% em 2024 e 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Dólar abaixo de R$ 6
A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 6,00 para R$ 5,99. Com isso, ficou abaixo da linha de R$ 6,00 pela primeira vez desde 13 de janeiro, quando foi publicado o segundo boletim de 2025.
O dólar avançou acima de R$ 6,26 em dezembro, atingindo máximas históricas, mas perdeu força diante do real este ano. Até a última sexta-feira, 21, a moeda americana acumulava queda de 7,27% frente à brasileira – que tinha o segundo melhor desempenho entre as principais divisas globais em 2025.
A mediana do Focus para o dólar no fim de 2026 se manteve em R$ 6,00 pela sexta semana consecutiva. A projeção para o fim de 2027 aumentou de R$ 5,90 para R$ 5,92, contra R$ 5,93 quatro semanas antes. A estimativa intermediária para o fim de 2028 subiu de R$ 5,90 para R$ 5,93, de R$ 5,99 um mês atrás.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
Com Estadão Conteúdo
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. Para a composição do boletim, são utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil para juros, IPCA, câmbio, taxa Selic e outros indicadores.