Selic estável, IPCA, PIB e dólar em baixa: veja projeções do Boletim Focus desta semana
A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15% pela décima semana seguida, às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, 19. No último encontro, de janeiro, o colegiado aumentou os juros em 1 ponto porcentual e sinalizou elevação da mesma magnitude em março, de 13,25% para 14,25%.

Considerando apenas as 100 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 também permaneceu em 15,0%.
A mediana para a taxa Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela sétima semana consecutiva. Levando em conta apenas as 95 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, também permaneceu em 12,50%.
A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela quinta semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 12ª semana consecutiva.
Na ata da reunião de janeiro, o Copom reforçou o forward guidance de elevação da Selic em 1 ponto em março. Para além da reunião desta quarta-feira, a magnitude total do ciclo será “ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, disse o colegiado.
IPCA
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 5,68% para 5,66%. Agora, está 1,16 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 5,60%. Considerando só as 117 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 5,60% para 5,68%.
A partir deste ano, a meta passa a ser contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.
Na ata da sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que o cenário para a inflação de curto prazo é adverso, com destaque para a alta dos preços de alimentos, influenciados pela estiagem e o ciclo do boi e com tendência de propagação. Os bens industriais são pressionados pelo câmbio.
“Em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”, disse o Copom.
A mediana do boletim Focus para o IPCA de 2026 subiu de 4,40% para 4,48%, após duas semanas de estabilidade. Um mês antes, estava em 4,35%. Considerando apenas as 113 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 4,26% para 4,50%.
O Copom aumentou a taxa Selic de 12,25% para 13,25% em janeiro e sinalizou uma alta de mesma magnitude na reunião desta quarta-feira, 19.
“Em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”, disse o Copom.
PIB
A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 caiu de 2,01% para 1,99%, após quatro semanas de estabilidade. Considerando apenas as 75 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária cedeu de 2,01% para 1,98%. Os dados forma divulgados nesta segunda-feira, 17.
O PIB brasileiro cresceu 0,2% no quarto trimestre do ano passado – abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,4%. No acumulado de 2024, a economia teve alta de 3,4%. O carrego estatístico para 2025 é positivo em 0,8%.
A maioria dos indicadores de atividade de alta frequência compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve desempenho abaixo do esperado em janeiro. A produção industrial teve variação zero, enquanto o mercado previa alta de 0,4%. O volume de serviços caiu 0,5%, ante mediana de alta de 0,1%.
Em contrapartida, as vendas do varejo ampliado cresceram 2,3%, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,7%.
A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 caiu de 1,70% para 1,60%, após quatro semanas de estabilidade. Considerando só as 70 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, caiu de 1,70% para 1,56%.
A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0%. Um mês antes, era de 1,98%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 53ª semana seguida.
O Banco Central espera que a economia brasileira cresça 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Dólar
A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,99 para R$ 5,98. Um mês antes, estava em R$ 6,0. A estimativa intermediária para 2026 continuou em R$ 6,00 pela nona semana consecutiva.
A projeção para o fim de 2027 se manteve em R$ 5,90. Quatro semanas antes, também estava em R$ 5,90. A estimativa intermediária para o fim de 2028 permaneceu em R$ 5,90. Um mês antes, também era de R$ 5,90.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
Com Estadão Conteúdo
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. Para a composição do boletim, são utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil para juros, IPCA, câmbio, taxa Selic e outros indicadores.