Selic: após IPCA de fevereiro, banco projeta redução do juros para 9,5% neste 1º semestre

Em novo relatório, o Bank of America (BofA) reiterou a expectativa de redução da Taxa Selic a 9,5% no nível terminal, em julho. Para o banco, a composição benigna vista no IPCA de fevereiro mantém a expectativa de continuidade no ciclo de cortes da Selic. 

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“Essa leitura apoia uma redução dos juros em 0,5 ponto porcentual por reunião do Copom, com um último corte de 0,25 ponto da taxa Selic, atingindo a taxa terminal de 9,5% em julho”, afirmam em relatório o chefe de economia para Brasil e estratégia para América Latina do BofA, David Beker, e a economista do banco Natacha Perez.

Em fevereiro, o IPCA apresentou uma alta de 0,83%, superando o consenso da pesquisa Reuters (0,78%). Segundo a publicação do Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), o resultado do IPCA foi impulsionado em parte pela alta no preço de alimentos e bebidas (+0,95%). 

No acumulado de 12 meses, a inflação brasileira acumula uma alta de 4,5% e, no ano, de 1,25%.

No resultado, o BofA destaca a desaceleração da média dos núcleos, em termos anualizados, de 4,2% para 4%. “Para a inflação, continuamos vendo desaceleração a 3,7% no fim de 2024 e a 3,5% no fim de 2025″, dizem Beker e Perez.

Redução da Selic: mercado projeta taxa em 9%

Segundo Boletim Focus divulgado nesta terça-feira (12) pelo Banco Central, a estimativa para a taxa de juros, a Selic, segue em 9,00% ao final deste ano.

De acordo com a pesquisa, para 2025, o mercado espera que a taxa de juros termine em 8,50%, mesma projeção da semana anterior. Para 2026, a expectativa é de que a taxa Selic também chegue a 8,50%.

Paralelamente, ainda conforme o Focus desta semana, o mercado espera que o IPCA, principal indicador de inflação, termine 2024 em 3,77%, acima da projeção da semana passada (3,76%), mas abaixo das últimas quatro semanas (3,82%).

Além disso, o mercado financeiro elevou as suas estimativas do PIB deste ano, para 1,78%, ante 1,77% na semana anterior. Há quatro semanas, a previsão era de 1,60%.

No caso do dólar, o mercado financeiro manteve a previsão para R$ 4,93 em 2024 nesta semana. Há quatro semanas, a previsão era de R$ 4,92.

Na próxima terça (19) e quarta-feira (20), será realizada mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para discutir os rumos da taxa Selic. Atualmente, o indicador está em 11,25% ao ano.

‘Esperamos uma Selic mais alta no fim do ciclo’, diz Itaú

Em nova análise sobre o cenário macroeconômico, especialistas do Itaú BBA passaram a ter uma projeção mais alta para a Selic no fim do ciclo de flexibilização dos juros.

Agora, a projeção da casa é de uma Taxa Selic de 9,25%, ante 9% na projeção anterior.

“O adiamento do início do ciclo de cortes de juros americanos, bem como um orçamento menor, pode ter impacto sobre a taxa de câmbio em um contexto de diferencial de juros que já está em trajetória cadente”, analisa o Itaú.

“Soma-se a isso a inflação de serviços (especialmente em itens mais ligados ao mercado de trabalho e dinâmica salarial) mais pressionada na margem. Com expectativas de inflação ainda acima da meta, a Selic deve encerrar esse ciclo (e assim permanecer) em território contracionista”, completa.

Em se tratando do ritmo de cortes da Selic, o Itaú aponta que as autoridades continuam indicando que o ritmo atual é adequado, pois permite ajustar o grau de restrição monetária enquanto observam a velocidade de reação da economia – em especial a dinâmica inflacionário.

Com isso, a expectativa é de que continuem os cortes da Selic de 0,50 ponto percentual (p.p.) nas próximas reuniões do Copom.

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Vinícius Alves

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