O ex-diretor do Banco Central, Sergio Werlang, defendeu nesta quarta (3) a queda da Selic, a taxa básica de juros da economia. A declaração foi dada durante evento realizado pelo Bradesco BBI.
“Obviamente deveria ser amanhã. Deveria fazer reunião extraordinária e baixar os juros. Cortou demais [a Selic]? Não tem problema, sobe. O pior é a economia não crescer”, declarou Werlang. “Não é estimulativo. Se fosse estimulativo, teríamos visto estímulo”.
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O economista Alexandre Schwartsman, que também foi diretor do Banco Central, disse não esperar novos cortes da Selic, mas que ficaria surpreso se houvesse surpresas inflacionárias para baixos nos próximos meses.
“Não é o cenário principal, que é de manutenção, mas há chance bastante razoável de acontecer um corte ao longo do segundo semestre, à media que a gente olhe que não só a inflação de 2019, mas a de 2020 também começa a ficar abaixo das metas”, declarou.
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Schwartsman disse que a redução poderia ser de 0,5 até 1 ponto percentual, e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar entre 1,5% e 2%. “Mais para 1,5% do que 2%”, afirmou.
José Julio Senna, ex-diretor do BC assim como Schwartsman e Werlang, afirmou que a agenda de ajustes econômicos e a reforma da Previdência geram incertezas e que, por isso, é preciso cautela. “Tendo a concluir que o Banco Central não vai fazer nada. Vai manter a Selic estável por algum tempo. Não estou vendo os próximos passos como sendo de frouxidão adicional da política monetária. Selic já caiu 8 pontos, logo 0,5 ponto percentual não vai fazer diferença”, declarou.
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Segundo ele, cortes na Selic não necessariamente levariam a um estímulo na economia. “Os economistas têm muita dificuldade de entender os verdadeiros entraves para o crescimento da nação. Não é só confiança que falta. Tem entraves muito mais objetivos ao nosso crescimento”, afirmou.