O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, declarou nessa terça-feira (16) enquanto participava de uma transmissão ao vivo preparada pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), que pressupõe que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve baixar ainda mais a taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião.
Ainda nessa terça-feira, o Copom deu início a conferência que tratará sobre a Selic, ao passo que a decisão será anunciada na próxima quarta-feira (17). Contudo, Mourão reforçou que “não chegaremos a um juro negativo porque não estamos vivendo nem um período de inflação, mas sim de deflação nos últimos dois meses”.
Vale destacar que, no início do mês passado, o Comitê decidiu cortar a taxa básica de juros em 0,75%. Com o novo corte, a taxa caiu para 3% ao ano, tornando-se a mínima da série histórica.
O vice-presidente da República ainda comentou sobre a liberação de crédito de bancos privados às pessoas, e afirmou que de acordo com informações do Ministério da Economia, a liberação “travou no meio do caminho” devido as normas do setor bancário.
Segundo Mourão, “o Fundo Garantidor de Investimentos é, na nossa visão, a saída para isso”.
Segundo BC, Selic a 2,25% não é um nível que se pode cruzar
O patamar de 2,25% para a taxa básica de juros da economia “não é algo escrito na pedra ou algo fixo, que não pode ser cruzado”. A declaração foi dada pelo diretor de política monetária do Banco Central (BC), Fabio Kanczuk, no inicio do mês.
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Na teleconferência organizada pela American Chamber of Commerce, Kanczuk, no entanto, afirmou que esse nível da Selic é mais ligado à política monetária focada no hiato do produto e no risco para a taxa neutra de juros. Isso é caracterizado por ser um effective lower bound — quando a eficácia da política monetária no estímulo à economia é perdida pelo nível de juros já estar baixo.