Com Selic mais baixa, XP recomenda aumentar parcela em fundos de crédito privado

Em relatório publicado na última terça-feira (1), a XP recomenda aumentar a parcela de investimentos em fundos de crédito privado.

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No racional dos especialistas da XP, a alocação em títulos que pagam rendimentos próximos ao CDI precisará ser complementada com fundos de crédito high grade e títulos privados CDI+. Os analistas acreditam que essa estratégia possibilita maiores retornos de longo prazo.

Após um primeiro semestre difícil para os fundos que investem em crédito privado, a XP comenta que esses fundos caminham para ter o seu primeiro mês de 2023 com captação líquida positiva.

Porém, a XP pede atenção aos títulos muito longos e com taxas excessivamente elevadas, considerados com maior risco de crédito.

Como complemento, os analistas chamam a atenção para empresas e setores que operam muito alavancados. Neste caso, esses perfis “devem ser evitados ou monitorados de perto, primando por diversificar e até pulverizar as exposições”, ressalta a XP.

Os especialitas também sugerem reduções gradativas na renda fixa pós-fixada, abrindo-se para a diversificação nos demais indexadores. Neste caso, os especialistas estão mais otimistas com os ativos indexados ao IPCA.

Por outro lado, a XP também “aposta” nos fundos de crédito com ativos no exterior. Com os juros mais altos nos Estados Unidos, atualmente em 5,5%, os analistas recomendam o crédito privado global via fundos de renda fixa internacionais, “que fazem a seleção dos ativos e pulverização da carteira de forma profissional”.

Entenda a “crise” dos fundos de crédito privado e sua recuperação

Os fundos de crédito privado foram muito impactados pela crise originada pela Americanas (AMER3) e Light (LIGT3). Essas empresas representavam partes significativas das dívidas em vários fundos, que sofreram com calotes das empresas.

Quando essas companhias entraram em recuperação judicial, diversos fundos tomaram prejuízos, além do aumento de resgates e da perda da confiança de investidores. Esse cenário parece ter ficado para trás.

Como ressalta o último relatório de gestão de ativos de crédito da AZ Quest, “os sinais de retomada do mercado de crédito privado foram reforçados em junho”.

De acordo com os gestores, “os resgates nos fundos de crédito seguiram arrefecendo, numa dinâmica que vem melhorando paulatinamente nos últimos meses”.

Na perspectiva da AZ Quest, o cenário vai continuar melhorando para os fundos de crédito privados. O ciclo de queda de juros já está dado, o que ainda não se sabe é quanto à magnitude e a velocidade dos próximos cortes. “Para o exterior, especialmente nos Estados Unidos, o início dos cortes nos juros também é questão de tempo”, finaliza a gestora.

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Gustavo Bianch

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