Selic: após ata do Copom, Itaú vê fim do ciclo de cortes

Na manhã desta terça-feira (25), o Copom divulgou a ata de sua última reunião, ocasião na qual a taxa Selic foi mantida em 10,50% ao ano. E para o Itaú, o documento reforçou a ideia de fim do ciclo de cortes nos juros.

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Assim como no comunicado da decisão mais recente, a ata do Copom afirmou que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

Para o Itaú, esse é um dos sinais de que o ciclo de cortes na Selic chegou ao fim. Os analistas do banco também destacam a importância da unanimidade entre os membros do Copom na última reunião.

“A ata do Copom trouxe, como esperado, o racional para o fim do ciclo de flexibilização e, acertadamente, reforçou a mensagem de unanimidade na decisão”, diz o Itaú.

No documento divulgado nesta manhã, o comitê afirma também que avaliou cenários com um juro real neutro no patamar entre 4,50% e 5%, o que chamou a atenção dos analistas do banco.

“Dois aspectos do texto merecem mais discussão. Primeiro, o Copom aumentou sua hipótese de taxa neutra para 4,75%, versus 4,50%, e considerou que o hiato do produto fechou, o que, em nossa opinião, torna mais difícil equacionar a projeção de inflação de 3,1% para 2025”, diz o relatório.

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A casa também destaca o tom mais “hawkish” adotado pelo BC. Ou seja, uma postura mais dura e combatente em relação à inflação.

“Ao abordar o balanço de riscos, o tom das autoridades foi um pouco mais duro. Anteriormente,
indicaram que alguns membros consideravam os riscos de inflação assimétricos para cima. Agora, afirmam que a maioria decidiu manter o balanço de riscos simétrico nessa reunião. Isso abre uma alguma margem para o endurecimento da retórica do Copom no futuro”, afirmam os analistas.

Com isso, o Itaú acredita que a taxa Selic será mantida no patamar atual de 10,50% ao ano e mostra desconfiança em relação a um futuro corte nos juros.

“Por ora, seguimos com a visão de que o Copom manterá a taxa Selic inalterada em 10,50% a.a. durante todo o horizonte de política monetária. Mas nada nesta ata sugere que o próximo movimento da Selic será de queda”, completa.

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Guilherme Serrano

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