Um levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada aponta para que apenas seis estados consigam superar os danos causados pela recessão econômica.
Pará, Roraima, Mato Grosso, Santa Catarina, Rondônia e Mato Grosso do Sul podem ser os únicos a superar o Produto Interno Bruto (PIB) registrado em 2014, ano que o País entrou na pior recessão econômica da história.
Puxado pela iniciativa privada, o desempenho será propício para dar fôlego aos novos governadores.
Tais governadores terão de cortar gastos e reduzir a folha de pagamento para se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A maioria está com as despesas de pessoal acima do limite de 60%, lidando com dificuldades para pagar os servidores, conforme apurou o Estadão.
No entanto, com maior crescimento, a arrecadação deve aumentar paralelamente e dar folga aos cofres públicos.
Nos demais 20 estados e no Distrito Federal (DF), os novos governadores não terão o mesmo alívio.
Ainda de acordo com o levantamento, tais estados e o DF terão crescimento abaixo da média nacional e não conseguirão retornar ao nível pré-crise.
Alagoas, Maranhão e Sergipe são os mais distantes do patamar do PIB registrado em 2014.
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“Em vários locais, esse nível só deverá ser alcançado em 2020 ou 2021”, disse Adriano Pitoli, economia da Tendências Consultoria Integrada.
De acordo com Pitoli, três fatores alavancaram o crescimento econômico dos seis estados:
- bom desempenho do agronegócio;
- maior exposição ao mercado internacional;
- maturação de projetos de mineração, como o da Vale, no Pará.
Pitoli também aponta para fatores peculiares, como o caso do crescimento do número de imigrantes venezuelanos em Roraima, que esteve sob intervenção federal até 31 de dezembro.
“Mesmo que de forma atabalhoada, há um movimento maior da economia, com mais pessoas buscando ocupação e suporte do governo federal”, declarou o economista.
Já o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul são influenciados pelo anseio de safra recorde de soja em 2019.
A agricultura também fortalecerá a economia de Rondônia.
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“Em Santa Catarina, o dólar favorável vai ajudar a indústria de carne e metalurgia”, completou Pitoli.
Segundo os dados da Tendências, em termos regionais, o Norte apresentará o mais relevante progresso do PIB em 2019. O motivo seria a recuperação de algumas áreas, como a indústria eletroeletrônica do Amazonas muito sensível ao ciclo econômico.
O Nordeste, região que mais sofreu com a recessão econômica, também deve exibir progressão.
“Temos uma recuperação lenta da recessão econômica e fraca especialmente por causa das incertezas em relação às reformas que precisam ser feitas no Brasil”, alegou o economista do Itaú Unibanco, Artur Passos.