Secretários de Paulo Guedes pedem demissão em meio à tensão sobre teto de gastos

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração nesta quinta-feira (21), informou o Ministério da Economia. Os pedidos de saída dos secretários de Paulo Guedes vêm após tensões para abrir espaço no orçamento por mais gastos em 2022.

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Segundo nota à imprensa, a decisão dos secretários de Paulo Guedes foi de ordem pessoal. “Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país.” Os substitutos para os cargos não foram divulgados.

Gildenora Dantas, secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, e o Rafael Araujo, secretário-adjunto do Tesouro Nacional, também pediram exoneração de seus cargos, por razões pessoais.

Os pedidos foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os compromissos, tanto da Seto quanto da STN.

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Os pedidos de demissão ocorreram em meio às sinalizações de medidas para abrir espaço no teto de gastos em 2022, a fim de financiar benefícios sociais.

Dos secretário de Paulo Guedes originais, ficou apenas um

De acordo com informações dO Globo, a saída dos secretários de Paulo Guedes deixou apenas um do “dream team” criado pelo ministro da Economia: Carlos da Costa, de Produtividade, Emprego e Competitividade.

À época, o secretariado foi bem recebido pelo mercado de capitais. A equipe econômica, no entanto, foi sofrendo perdas durante os últimos anos do governo do presidente Jair Bolsonaro, normalmente em situação de tensão.

Íntegra da nota à imprensa

Confira na íntegra a nota à imprensa encaminhada nesta quinta-feira pela assessoria do Ministério da Economia:

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (21/10).

A decisão de ambos é de ordem pessoal. Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país.

A secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também pediram exoneração de seus cargos, por razões pessoais.

Os pedidos foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os compromissos, tanto da Seto quanto da STN.

Ex-membro da equipe econômica diz que saída de Funchal e Bittencourt era esperada

Os pedidos de demissão do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, era uma coisa óbvia e esperada por um ex-secretário da equipe economia de Paulo Guedes, que pediu para não ter seu nome revelado.

“São dois ótimos profissionais que têm um nome a zelar e a economia está se desviando do que era o propósito inicial, de um governo liberal, sem intervenções e compromissado com o tripé macroeconômico”, disse a fonte.

Para ao ex-secretário, o DNA de Funchal e Bittencourt é de profissionais liberais, com visão menos intervencionista e de responsabilidade macroeconômica clássica, que prezam por câmbio flutuante, metas fiscais e metas de inflação.

“Contas públicas são importantes, câmbio e inflação são importantes. O mercado não é senhor das coisas, mas tem que valorizar as respostas que ele dá ao que o governo faz”, considerou a fonte.

Para ela, com o DNA liberal não se pode falar em quebra de contatos como foi o caso dos precatórios, não se pode fechar os olhos para uma inflação de dois dígitos. Há que se cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Regra de Ouro.

“Para o que estão querendo fazer é preciso outra equipe. Contrataram músicos para tocarem Beethoven e agora querem que eles toquem tango. Tem que ser outra equipe”, disse o interlocutor.

O ex-secretário questiona o valor de R$ 400 para o novo Bolsa Família. “Por que não R$ 500 ou R$ 5 mil? Se é só vontade política, porque não aumentar o salário mínimo para R$ 20 mil? Porque na pratica as contas precisam fechar”, afirmou, acrescentando que amanhã os ativos devem piorar em reposta às demissões de Funchal e Bittencourt.

Guedes sai?

Isolado, em meio à discussão sobre teto de gastos Segundo o líder do governo na Câmara Ricardo Barros (PP-PR), apesar da debandada dos secretários de Guedes, o ministro continua firme no cargo:

 

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Arthur Guimarães

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