O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, afirmou nesta terça-feira (24), durante audiência pública na Comissão Mista que discute as ações do governo de combate ao coronavírus (Covid-19), que o espaço para extensão do auxílio emergencial, também conhecido por coronavoucher, é “muito reduzido”, “se não zero”.
Diante disso, o secretário, ao falar sobre o auxílio, ressaltou que a formação de poupança em razão do volume do benefício concedido pode “ajudar” no início do próximo ano.
“Quando a gente olha o resultado proporcionado pelo auxílio em termos de formação de poupança, você vê que tem ainda, por conta do volume do auxílio, uma poupança das famílias que foi formada, que pode ajudar no início do ano que vem”, revelou Funchal.
Enquanto para as famílias mais pobres que precisaram gastar mais, o secretário citou a aterrissagem no Bolsa Família. “Mesmo que ela seja assimétrica, ou seja, as famílias mais pobres usaram mais a poupança, provavelmente essas famílias já vão aterrissar no bolsa família. E tem todo o critério de elegibilidade do Bolsa Família”, disse.
Durante a audiência, deputados e senadores cobraram o governo em relação à manutenção do auxílio emergencial. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), disse que a manutenção de um auxílio financeiro para a população atingida pela pandemia é fundamental.
“Seria uma tragédia se a partir de janeiro as forças políticas e a economia não encontrarem uma forma de permanecer um auxílio financeiro. É fundamental esse conceito permanecer, vamos encontrar as formas dentro da responsabilidade fiscal”, afirmou.
“A medida que está reduzindo auxílio e aterrissando no Bolsa Família, a economia vai retomando, e é importante uma rampa de acesso, que permita que se tenha uma evolução, mobilidade social ainda dentro da necessidade de transferência, e indo para o mercado de trabalho. Mas uma agenda importante é da desoneração da folha que vai permitir redução da informalidade”, destacou o secretário do Tesouro.
Além disso, Funchal afirmou que a ação do governo em caso de uma nova onda do vírus será “em escala muito menor”, pontuando também que o espaço agora é “praticamente zero”.
“Se tiver repique em relação a covid-19, qual o plano B? No fundo, todos nós aprendemos durante este ano, não só governo, com as políticas públicas, mas empresas e pessoas, então nós agiremos melhor do que agimos ao longo do ano, com esse aprendizado, certamente sendo ainda mais eficiente”, disse o secretário.
“Sempre considerando que o recurso é muito escasso. Já era escasso antes, e agora é praticamente zero de espaço. Aprender e agir. É claro que provavelmente se tiver vai ser algo em escala muito menor”, concluiu.
O secretário de Orçamento do Ministério da Economia, George Soares, pontuou durante a conferência que, se houver uma segunda onda do vírus, o governo terá que voltar a conversar com o Congresso Nacional sobre como fazer frente a eventuais novas despesas, como no caso de outro auxílio, que não está previsto no orçamento do ano que vem.
Com informações do Estadão Conteúdo