O futuro secretário de Política Econômica do Ministério da Economia de Jair Bolsonaro, Adolfo Saschida, disse que quer reduzir alíquota do Sistema S para gerar mais empregos. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Valor Econômico nesta quarta.
“Nós precisamos endereçar essa questão do Sistema S. Hoje, temos 25 milhões de pessoas entre desempregados e subempregados, famílias que estão precisando. Será que não seria justo diminuir o custo da contratação do trabalhador? E um dos caminhos é diminuir os tributos. E o Sistema S precisa dar a sua contribuição”, disse Saschida. “A linha mestra da nossa atuação é que todos que podem terão que contribuir para esse processo. Precisamos reduzir as alíquotas do Sistema S para dinamizar o emprego.”
Sashida disse que a vantagem de se reduzir as alíquotas do Sistema S é que isso não onera as contas públicas. Ao mesmo tempo, reduz o custo trabalhista. Ele disse que a medida é distinta da desoneração da folha de pagamento realizada nos governos do PT porque será feita em caráter permanente e generalizada.
Saiba mais: Reforma da Previdência: confira quais são os cenários para 2019
O futuro secretário afirma existir uma “gordura” na arrecadação do Sistema S. Segundo ele, esses recursos (em torno de R$ 19 bilhões ao ano) têm levado a pagamentos de salários exagerados e a sedes “suntuosas”, desproporcionais à realidade no País. “Essa mudança não será feita sem preparação. Nós vamos manter a parte nobre do Sistema S, que define para onde irá o dinheiro arrecadado. Mas se você olha os salários e as sedes suntuosas, está claro que está sobrando um pouco. Precisamos pegar parte desses recursos e devolver para a sociedade”, disse Saschida.
Paulo Guedes e a “faca” no Sistema S
O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia declarado querer “meter a faca” no Sistema S. “Estão achando que a CUT perde o sindicato, mas aqui fica tudo igual? Como vamos pedir sacrifício para os outros e não contribuir com o nosso?”, disse num evento na Firjan, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. As entidades do Sistema S reagiram à proposta de corte de Guedes.