A exportação de soja brasileira atingiu um recorde em 2018.
No ano passado, as exportações de soja em grão do Brasil chegaram a 83,8 milhões de toneladas. A informação foi divulgada na última quarta-feira (2) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A Secretaria destacou também o aumento nas vendas de café, mas quedas expressivas nas de açúcar e milho após safras menores.
O volume de soja exportado no ano passado foi 23,1% maior na comparação com 2017. Em maio, os embarques totalizaram um recorde mensal de 12,35 milhões de toneladas. Isso representa 15% de tudo o que viria a ser vendido em 2018.
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O maior apetite da China pela soja brasileira impulsionou as vendas no último ano. Isso porque Pequim aplicou novos impostos alfandegários sobre a oleaginosa norte-americana em razão de uma série de disputas comerciais. Por isso, a China começou a comprar mais produto sul-americano para suprir a demanda doméstica.
As compras de soja dos EUA voltou a ocorrer no final de 2018, depois de uma trégua na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Entretanto, essa retomada continua em ritmo lento.
Também favoreceu as exportações brasileiras a safra histórica. No ano passado o Brasil produziu cerca de 120 milhões de toneladas de soja.
Café e milho em alta
O café também foi beneficiado por uma grande colheita. A commodity, ao lado da soja, tem o Brasil como maior exportador mundial. A safra de café foi de cerca 60 milhões de sacas, puxada pelo ciclo de bienalidade positiva do arábica, principal variedade cultivada no país.
Graças a essa safra recorde, os embarques de café em grãos chegaram a 30,4 milhões de sacas em 2018. Esse resultado representa um aumento de 10,7% em relação a quanto registrado em 2017. Em dezembro, as exportações alcançaram um recorde mensal superior a 4 milhões de sacas.
Entretanto, as exportações de milho do Brasil caíram 18,3% em 2018 em relação a 2017, chegando a 23,9 milhões de toneladas.
Esse resultado negativo foi afetado por uma safra menor e, em parte, pelo tabelamento de fretes imposto pelo governo. Essa medida foi adotada no ano passado pelo ex-presidente Michel Temer para acabar com a greve dos caminhoneiros. Todavia, o tabelamento é ainda motivo de críticas no setor produtivo.
Açúcar em baixa
Já no caso do açúcar, também houve retração em relação ao ano passado. O Brasil exportou 21,5% menos açúcar bruto que em 2017, chegando a 18,3 milhões de toneladas. E a redução foi de 42,2% nas do produto refinado, com 3,1 milhões de toneladas.
Segundo a Secex, as usinas do país priorizaram em 2018 a produção de etanol, em detrimento do açúcar, graças a uma maior rentabilidade do biocombustível. Por isso, as exportações de álcool do Brasil em 2018 aumentaram quase 20%, para 1,7 bilhão de litros.