A Securities and Exchange Commission (SEC) anunciou nesta terça-feira (4) que está investigando o anúncio sobre o empréstimo governamental recebido pela Kodak (NYSE: KODK). A empresa norte-americana indicou que recebeu um empréstimo de US$ 765 milhões (cerca de R$ 4,064 bilhões) dos EUA para fabricar medicamentos em suas fábricas, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
O anúncio sobre o empréstimo, realizado na semana passada, fez com que as ações da Kodak alcançassem um valor de até US$ 60, antes de cair para cerca de US$ 15 na segunda-feira (3) devido a um split de ações. Em meio à maior volatilidade, a movimentação de negociação do ativo aumentou.
O aumento nos preços produziu um ganho potencial inesperado para executivos da empresa que possuíam opções de ações da companhia, algumas das quais foram concedidas em 27 de julho, um dia antes do empréstimo se tornar público.
A investigação da SEC está em um estágio inicial e pode não gerar alegações de irregularidades cometidas pela empresa ou por qualquer pessoa, disseram as pessoas. Os reguladores tentam entender como a Kodak controlou a divulgação da notícia sobre o empréstimo, que surgiu em 27 de julho, um dia antes do anúncio oficial, fazendo com que o preço das ações da Kodak aumentasse 25% naquele dia.
A mídia estadunidense informou na semana passada que a Kodak havia compartilhado informações sobre um acordo entre a empresa e o governo Trump com meios de comunicação antes do anúncio público. Algumas empresas de mídia publicaram essas informações antes de excluí-las após uma solicitação da empresa.
A Kodak disparou mais de 1.000% após anúncio de empréstimo
O empréstimo para a Kodak foi realizado por meio do chamado Ato de Produção de Defesa, invocado pelo presidente Trump ainda em março deste ano, no início da pandemia. A lei concede ao governo norte-americano mais controle da produção industrial em tempos de emergência.
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O mandatário se valeu da medida para acelerar a produção de equipamentos para o combate ao novo coronavírus. Com isso, o governo dos Estados Unidos objetiva agilizar a produção de de medicamentos e reduzir a dependência do país de fornecedores externos.