A gestora de recursos britânica Schroders permitirá que seus funcionários trabalhem no regime home office para sempre. A mudança, estimulada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), foi anunciada pela direção da companhia aos colaboradores por meio de um memorando interno na última semana, o qual o jornal “The Daily Telegraph” teve acesso.
A Schoroders, que é uma das maiores empresas do Reino Unido, sendo listada na FTSE-100, emprega mais de cinco mil funcionários em todo o mundo, e recentemente se tornou a maior gestora de recursos da Europa. Antes da pandemia, os colaboradores tinham que comparecer aos respectivos escritórios ao menos quatro vezes por semana. Com o home office permanente, não haverá nenhuma expectativa sobre a frequência de comparecimento aos postos físicos.
Em uma entrevista recente, o CEO da Schroders, Peter Harrison, afirmou que a pandemia “mudou a sociedade de maneira irrevogável”. “O contrato entre a sociedade e as empresas mudou para sempre”, disse o executivo. “O escritório se tornará um local de reunião onde você reúne as equipes, mas o trabalho será feito nas casas das pessoas.”
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Embora Harrison compreenda que a pandemia acelerou “em 20 anos o movimento em direção a um trabalho mais flexível”, a companhia não pretende fechar por completo seus escritórios.
Home office preocupa autoridades britânicas
A consultoria contábil PricewaterhouseCoopers, a PwC, empresa 22 mil funcionários no Reino Unido, prevê que a maioria de seus colaboradores mude permanentemente para uma divisão mais igualitária entre o trabalho presencial e de casa. Na última semana, apenas cerca de 25% de toda a equipe da companhia esteve em algum de seus 20 escritórios no Reino Unido.
Em entrevista, Kevin Ellis, presidente da PwC, afirmou que “não há dúvida de que os bloqueios [pela pandemia] acabaram com a obrigatoridade de estar presente. Muitos líderes de negócios mostraram que seus funcionários podem ser produtivos, engajados e felizes trabalhando de casa”.
No entanto, o movimento levanta preocupações entre as autoridades locais do Reino Unido, que temem que essa realidade causada pelo coronavírus se torne, de fato, permanente.
Antes da notícia sobre a permanência do home office permanente dos funcionários da Schoroders vir à tona, o prefeito de Londres disse que escritórios vazios na capital estão causando um “grande problema” para a economia. “A principal coisa que acho que precisamos entender é que se todos ficarmos em casa trabalhando, isso será um grande problema para o centro de Londres”, disse Khan à rádio LBC.
O prefeito pediu às grandes empresas que reconsiderassem as decisões, que poderiam ser mudanças “drásticas”.
De acordo com uma pesquisa do Morgan Stanley, os trabalhadores de escritórios do Reino Unido demoram muito mais para retornar aos seus postos de trabalho do que os da França, Itália e Alemanha, após os bloqueios da pandemia. Enquanto quase 75% dos funcionários de toda a Europa já voltaram do regime home office, no Reino Unido apenas cerca de 33% já retomaram suas atividades normalizadas, o que não deve ser o caso da Schoroders.
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