Empresas estatais chinesas estariam estudando investir entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões na oferta pública inicial (IPO) da petroleira Saudi Aramco, os planos são vistos como parte dos esforços da Arábia Saudita em busca de compromissos de aquisição de governos simpatizantes para trazer uma impulsão ao IPO que deve ser recorde. A informação foi divulgada pela agência “Bloomberg” nesta quarta-feira (06) citando pessoas familiarizadas com o assunto.
Entre as partes que participaram de conversas para comprar ações na oferta da Saudi Aramco está a Silk Road Fund, de Pequim. De acordo com a agência, as fontes teria dito que alguns outros fundos chineses ou empresas estatais também poderiam participar.
O presidente da China, Xi Jinping, planeja aumentar a influência política de seu país e retomar rotas comerciais antigas sob a iniciativa “Cinturão e Rota”. Um investimento na Aramco poderia consolidar os laços com a Arábia Saudita e proporcionaria à China um jeito de lucrar com o aumento dos preços do petróleo.
A estatal Sinopec e o fundo soberano China Investment Corp. também avaliaram os investimentos no IPO durante os últimos meses, afirma o jornal. Os compromissos não foram confirmados, a lista de investidores e os montantes alocados por cada companhia dependerão, em última análise, do governo chinês.
Ainda de acordo com a Bloomberg, a Saudi Aramco não quis comentar. Representantes do Silk Road Fund, do CIC e da Sinopec Group não quiseram responder aos pedidos de comentários.
Opep e IPO da Saudi Aramco
Também nesta quarta, houve a notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deverá ser pressionada pela Arábia Saudita a diminuiu a sua produção da commodity. A decisão vem à tona pouco antes da Saudi Aramco avançar com a sua oferta pública inicial de ações (IPO) na bolsa de valores local.
Saiba mais: Opep é pressionada a diminuir a produção antes do IPO da Saudi Aramco
Segundo o jornal “Valor Econômico”, a medida tem por objetivo elevar os preços do petróleo e ressaltar aos potenciais investidores da Saudi Aramco sobre a influência da Arábia Saudita dentro da organização.
De acordo com fontes ligadas à Opep, a Nigéria, o país mais rico do continente africano, concordou em melhorar o cumprimento dos termos e tentar convencer os outros produtores africanos a seguir o mesmo caminho.
No dia 5 de dezembro, os delegados sauditas se encontrarão com nações produtoras de petróleo da Opep e às 10 nações da coligação liderada pela Rússia em Viena para uma reunião
“[Os sauditas] estão sob enorme pressão para serem bem sucedidos [ao impulsionar os preços] mesmo antes do IPO [da Saudi Aramco]”, afirmou um conselheiro saudita do setor petroleiro.