A Livraria Saraiva (SLED4), que está em recuperação judicial há um ano, divulgou nesta sexta-feira (9) sua nova proposta de alteração ao plano original de recuperação judicial. O plano anterior previa a divisão da operação remanescente da empresa em três unidades produtivas isoladas (UPI), que seriam colocadas à venda para possíveis interessados, ao passo que a nova proposta é de que a companhia se desfaça de apenas de uma das unidades.
De acordo com a Saraiva, os recursos levantados serviriam para abater parte da dívida ou para manter o que sobrar da rede, sejam lojas físicas ou o site.
Em agosto deste ano, as dívidas da livraria alcançaram R$ 329,9 milhões, sendo R$ 156,7 milhões com bancos e instituições de crédito. O Banco do Brasil (BBAS3) é o seu maior credor, com 85% desse montante para bancos, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) detém outros 10,6%.
A proposta precisa ser aprovada por maioria simples dos credores representados na assembleia geral, que está marcada para a próxima quinta-feira (15). Será preciso ainda que a Saraiva apresente um laudo de viabilidade do plano.
Prejuízo da Saraiva no 2T20
A rede brasileira de livrarias registrou um prejuízo de R$ 118,2 milhões no segundo trimestre deste ano, esse valor é equivalente aumento de 64% em relação à perda no mesmo período do ano passado.
A receita líquida caiu 80%, em comparação com o segundo trimestre do ano passado, para R$ 27,7 milhões. De acordo com a companhia, desse valor total, apenas R$ 4,6 milhões vieram das lojas físicas. Ao todo, são 48 unidades funcionando com horário reduzido. A receita via e-commerce da rede de livrarias totalizou R$ 23 milhões, queda de 56,8%.
A dívida líquida da Saraiva ficou em R$ 120 milhões no final do trimestre e o caixa disponível, caixa bloqueado e recebíveis de cartão de crédito era de R$ 39,5 milhões.