A 2º Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decretou, nesta sexta-feira (6), a falência da Livraria Saraiva (SLED4). O pedido foi feito pela própria empresa, que reconheceu não ter condições de pagar suas dívidas.
A dívida da Saraiva já somava R$ 674 milhões – cifra que era cerca de 40x o valor de mercado da companhia, segundo os dados atualizados do Status Invest, que mostram R$ 16 milhões de valuation.
“Embora formulado o pedido de autofalência, com a alegada presentação de documentos exigidos e o cumprimento dos demais requisitos legais, nos autos já há notícia de descumprimento do plano, o que determina, independentemente da vontade das devedoras, a convolação da recuperação em falência”, diz a decisão judicial sobre a falência da Saraiva.
Nesse caso, quando a companhia já estava em recuperação judicial, é mostrado que não há possibilidade de pagamento das dívidas mesmo com prazos alongados e outras medidas facilitadoras.
Com isso, agora a empresa oficialmente deixa de existir e seus bens passam a integrar a massa falida – que será gerida por um administrador judicial que, colocará os bens em leilões.
Na decisão da 2º Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, o magistrado decidiu que o administrador judicial da Saraiva que estava na recuperação judicial da empresa seguirá no cargo, gerindo então a massa falida da companhia.
O capital levantado com a massa falida será repassado aos credores, para quitar ao menos em partes a dívida financeira.
Quem tem prioridade são os credores trabalhistas. Logo em seguida na fila, aparecem os créditos com garantia real, os tributários e então os quirografários.
Quais são os bens da Saraiva?
Segundo as informações que constam dos documentos da recuperação judicial da Saraiva, a companhia já não possuía mas nenhum imóvel.
Dentre os bens detidos pela empresa estão:
- Bens móveis (máquinas, equipamentos, móveis): R$ 15 milhões
- Estoque de 486 mil livros, 108 mil itens de papelaria e 28 mil itens de outras mercadorias: R$ 21 milhões
- Valor a ser recebido em processos judiciais: R$ 250 milhões
Desempenho das ações da bolsa
Na esteira da recuperação judicial e dos problemas financeiros, as ações da Saraiva mostram queda de 30% desde o início de 2023.
Em uma janela de 12 meses, os papéis SLED4 somam baixa de 60%, e recuam 99% desde sua estreia na bolsa, em meados de maio de 2006.
O último dia de negociação dos papéis da Saraiva em bolsa foi a quarta-feira (4), quando fecharam a R$ 1,60.