Saraiva (SLED4) encerra todas as livrarias físicas e faz demissão em massa

A rede de livrarias Saraiva (SLED4) dispensou todos os funcionários de suas lojas físicas, encerrando as atividades presenciais nesta quarta-feira (20). Agora, a venda de livros e produtos eletrônicos passará a ser apenas em formato on-line, segundo apuração do jornal O Globo.

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Nos últimos anos, a Saraiva vinha enxugando suas unidades. De junho para cá, ao menos 30 foram fechadas e só restavam cinco livrarias físicas: quatro em São Paulo e uma em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (1).

A demissão em massa de ontem (20) ocorre às vésperas de uma assembleia para votação de uma mudança societária no negócio, convertendo ações preferenciais (sem voto) em ações ordinárias (com voto).

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De megastores à recuperação judicial: O que aconteceu com a Saraiva?

A Saraiva, em concorrência com a Livraria Cultura, cresceu no mercado literário com o modelo de megastores. Em paralelo aos livros, a rede também se dedicou à venda de produtos eletrônicos, o que nas duas últimas décadas do século parecia inevitável.

A Saraiva, que chegou a ser a maior livraria do Brasil, entretanto não vinha conseguindo pagar suas contas corretamente há pelo menos cinco anos, quando entrou em recuperação judicial (RJ). O pedido de RJ informava dívidas de R$ 675 milhões a mais de mil credores.

Durante a pandemia, a venda de produtos e-commerce também não conseguiu atingir o volume esperado, custando à rede encerrar metade do número de livrarias que possuía abertas no início de 2020, no final do mesmo ano.

Em 2023, os resultados trimestrais da Saraiva apontaram uma receita física de R$ 7,2 milhões, e as vendas pelo site de R$ 128 mil. Com faturamento fraco, assim como o lucro, a e-commerce afundou-se ainda mais em dívidas, que segundo denuncias de funcionários, não estavam sendo pagos corretamente.

Além disso, segundo o Globo, a Saraiva não está pagando adequadamente as verbas rescisórias dos funcionários dispensados.

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Camila Paim

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