O conselho de administração da Saraiva (SLED3), empresa em recuperação judicial, aprovou o grupamento de ações da empresa, na proporção de 35 para 1, conforme informa ata da reunião de sexta-feira (15).
A operação foi deliberada em resposta às pressões que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vinha exercendo contra a Saraiva. O órgão regulador questiona a empresa desde agosto sobre o valor de suas ações.
Isso porque o regulamento da CVM estabelece que as companhias listadas na bolsa de valores devem manter seus papéis acima do valor de R$ 1,00. Entretanto, as ações da Saraiva operam entre perdas e ganhos no limite desse valor há tempos.
Acontece que desde julho, a desvalorização das ações ordinárias (SLED3) se agravaram e os papéis da Saraiva não retomaram o limite de R$ 1,00. Já as ações preferenciais (SLED4) há mais de um ano são negociadas abaixo desse limite.
Por isso, em setembro, a CVM enviou um ofício à Saraiva cobrando medidas para elevar o preço das ações.
Grupamento de ações da Saraiva
Para resolver mais esse problema, a Saraiva – que está em recuperação judicial desde novembro de 2018 – planeja fazer o grupamento das suas ações na proporção de 35 para 1.
Atualmente, a livraria possui 23,5 milhões de ações ON (SLED3) cotadas a R$ 0,62 e 39,9 milhões de ações PN (SLED4) cotadas a R$ 0,32. Com o grupamento dos papéis, os novos números da empresa serão os seguintes:
- ações SLED3: 671,8 mil, cotadas a R$ 21,70 cada;
- papéis SLED4: 1,14 milhão, valendo R$ 11,20 cada.
Aprovado pelo conselho de administração, a proposta de grupamento das ações ainda precisa ser aprovada em assembleia de acionistas.
A solução pode resolver a cobrança da CVM, mas acende um alerta para outra questão: a perda de liquidez das acões da Saraiva, que já são pouco negociadas na Bolsa.
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