Em recuperação judicial, Saraiva aprova saída de diretor executivo
Enfrentando um impasse em seu novo plano de recuperação judicial, a Saraiva cedeu a pressão de seus credores e aceitou retirar Jorge Saraiva Neto do seu posto de presidente da varejista de livros.
O conselho de administração da Saraiva deve eleger alguém para o cargo de Neto. Após o anúncio oficial do plano de recuperação judicial, um novo conselho deve ser criado.
O credores estavam pressionando a varejista para a saída de Jorge Neto da gestão, desde meados de junho. As dívidas da empresa estão perto dos R$ 675 milhões.
Em junho, a varejista apresentou seu primeiro plano de recuperação judicial. No entanto, o plano foi rejeitado. Neste documento, a Saraiva tinha como objetivo pagar 5% de suas dívidas em 14 anos, após um ano de carência. Dessa forma, os outros 95% ficariam em forma de títulos de dívidas não conversíveis em ações, que seriam pagos em sua totalidade após 16 anos.
No plano apresentado em julho, a Saraiva mudou um importante ponto e decidiu retirar as debêntures. Dessa forma, a empresa pagaria uma fração das dívidas com o que restar do caixa que é gerado a cada mês. O laudo foi feito pela Galeazzi e Associados, empresa contratada pela Saraiva.
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A Galeazzi afirma que a crise da varejista pode ter ocorrido pelo recuo do setor de livros. A empresa não diz que houve falhas da atual gestão.
Faturamento da Saraiva no 1º semestre
A varejista de livros terminou o primeiro semestre deste ano com uma baixa de 62,7% em seu faturamento, em comparação com o mesmo período de 2018. No ano passado a receita bruta dos primeiros seis meses do ano ficou em R$ 1 bilhão. Entretanto, neste ano o valor ficou na casa dos R$ 374 milhões.
A queda pode ser explicada pelo fechamento de lojas e a saída do ramo de informática e telefonia, que gerava bastante capital para a empresa, porém não tinha muita rentabilidade.
A receita bruta das lojas chegou a R$ 105,4 milhões no segundo trimestre, uma baixa de 56,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No site, as vendas também caíram. O recuo foi de 60,8% nas vendas online.
O prejuízo líquido da Saraiva no primeiro semestre foi de R$ 135 milhões. Em comparação ao igual período de 2018, o aumento foi de 273%.