O governador de São Paulo João Dória participa nesta sexta-feira (9) de coletiva, às 12h45, para divulgar como fica a quarentena em toda a região. Os membros do Centro de Contingência da Covid-19 decidem, em reunião marcada para essa manhã, se a fase emergencial, que visa conter os casos de covid-19, será prorrogada ou não.
Vigente desde o dia 15 de março, a fase emergencial está prevista, por enquanto, para acabar no próximo domingo (11). As autoridades do governo se dividem, agora, entre tender aos indícios de melhora e à pressão de setores da economia, principalmente o comércio, para abrir as lojas, ou à cautela.
Apesar da queda nas internações, com a taxa de ocupação do estado deixando o patamar de 90% após mais de 20 dias nesta semana, São Paulo bateu nesta semana um novo recorde de vítimas em 24 horas, com 1.389 pessoas perdendo suas vidas.
Há o temor entre os membros do centro de contingência de que o fim da fase emergencial sinalize à população que o pior já passou.
Em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (8), o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), afirmou que não há, por enquanto, expectativa de abertura concreta.
“Não temos uma expectativa concreta de abertura, um liberou geral, a partir da semana que vem. Nós estamos avaliando setores ou segmentos que podem voltar a funcionar de maneira escalonada”, disse na ocasião.
Antes disso, na quarta, Paulo Menezes, membro do comitê, sinalizou que a fase emergencial deve continuar. “É bem provável que nós continuemos com níveis de restrição que temos hoje por mais algum tempo, mas vamos aguardar os próximos dias”, afirmou durante a coletiva.
Fase emergencial gera pressão de comerciantes
Ao mesmo tempo em que derruba as infecções, a fase emergencial aumenta a pressão de parte dos empresários que estão com seus negócios fechados ou funcionando apenas à distância.
Desde o dia 15 de março, apenas serviços essenciais estão podendo funcionar de forma presencial: supermercados, farmácias, padarias, feiras-livres, postos de gasolina, açougues e petshops. Bares e restaurantes podem fazer entregas o dia todo e o drive-thru está liberado das 5h às 20h. O consumo no local, porém, está proibido, bem como o serviço de take-away (retirar na loja).
Os demais comércios estão podendo atuar apenas através do delivery. Setores administrativos e vários segmentos dos serviços, incluindo administrações públicas, estão podendo funcionar também apenas através do home office, ou teletrabalho.
As restrições da fase emergencial, impostas há quase um mês, geram queixas dos comerciantes. Nesta semana, a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) subiu o tom contra João Dória. Este, porém, afirmou na quarta (7) que seguirá seguindo a ciência e atenderá as decisões do Centro de Contingência.