O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), dispensou nesta quinta-feira (13) o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo (Segov). O novo nome para o cargo é Luiz Eduardo Ramos Baptista, chefe do comando Militar Sudeste. Ramos também atuou como comandante da força da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti.
A motivação de Bolsonaro teria sido a “falta de alinhamento político-ideológico” com Santos Cruz. A decisão foi comunicada ao ex-ministro durante reunião com o presidente. Participaram também:
- ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva;
- ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.
Santos Cruz fazia parte da ala militar do governo Bolsonaro. Assim como outros oficiais, comandou as tropas em missão no Haiti, de 2007 a 2009. E é o terceiro ministro a deixar o cargo desde o início da gestão pesselista.
Os demais ministros demitidos foram:
- o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (em fevereiro). Foi substituído pelo general Floriano Peixoto.
- e o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez (em abril). Foi substituído por Abraham Weintraub.
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Desgaste da imagem de Santos Cruz
Santos Cruz envolveu-se em polêmicas com o escritor Olavo de Carvalho, considerado o guru do bolsonarismo. A imagem do ministro foi se desgastando conforme o ministro reagiu às críticas de Olavo.
No dia 5 de maio, a hashtag #ForaSantosCruz tornou-se um dos assuntos mais comentados do Twitter. Na data, o então ministro reuniu-se com Bolsonaro.
A movimentação dos usuários da rede social ocorreu devido à repercussão de uma entrevista dada por Santos Cruz, à rádio “Jovem Pan” em abril.
Na entrevista, o ministro teria dito que “toda essa capacidade de todo mundo comunicar com todo mundo, isso daí pode ajudar e pode às vezes tumultuar. […] O que eu tenho dizer é que as pessoas tenham muito cuidado na utilização, que não ataque as outras pessoas, que não façam disso daí uma arma para discórdia e sim de harmonia para o Brasil […]”, opinou Santos Cruz.
“Tem que ser disciplinado, a própria legislação tem que ser melhorada e as pessoas de bom senso tem que começar a atuar mais para chamar todo mundo à consciência”, completou.
Sem citar o ministro, Bolsonaro publicou em sua conta na mesma rede que “a chamada democracia será mantida sem qualquer regulamentação da mídia, aí incluída as sociais […] Quem achar o contrário recomendo um estágio na Coreia do Norte ou Cuba”.
De acordo com o blog do “Lauro Jardim”, a saída de Santos Cruz também relaciona-se com os embates com Fabio Wajngarten, chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Bolsonaro teria proximidade com Wajngarten e suas ideias.