O Santander revisou sua estimativa para a Selic em 2025, e agora vê a taxa em 15,50% no ano que vem, ante 13% projetados anteriormente.
A casa espera duas altas consecutivas de 1 ponto percentual nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), seguidas por ajustes adicionais de 0,75 p.p. em maio e 0,50 p.p. em junho.
Segundo os analistas do Santander, essa revisão reflete a deterioração das projeções de inflação feitas pelo Copom e a elevação da estimativa da taxa de juros neutra, que passou de 4,75% para 5%.
Os economistas apontam que o ciclo de alta da Selic pode ser prolongado, considerando a redução na eficácia da política monetária e um possível impacto mais acentuado do câmbio sobre os preços, em um cenário de atividade econômica aquecida.
Ao mesmo tempo, destacam a complexidade trazida pela deterioração das condições financeiras. “O ciclo de desalavancagem das famílias foi interrompido em um nível elevado. O impulso de crédito ainda está próximo do seu máximo, mas deve perder força daqui para frente”, afirmam.
O Santander também revisou suas projeções de inflação, estimando o IPCA em 4,9% para 2024 e 5,5% para 2025. Essa atualização é explicada pela depreciação cambial, mercado de trabalho pressionado, atividade econômica superaquecida e expectativas desancoradas.
Os economistas ressaltam que, mesmo após o último aumento da Selic e as perspectivas de novas altas, as expectativas para o IPCA não apresentaram melhora. “Isso reforça nossa visão de que não haverá alívio no IPCA no ano que vem”, destacam. Para 2026, a estimativa permanece em 4,2%.
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), o Santander elevou a projeção de crescimento para 2024 de 3% para 3,5%, impulsionado pelo forte desempenho no terceiro trimestre de 2024 e tendências positivas no último trimestre.
Já para 2025, a expectativa de crescimento foi mantida em 1,8%, diante de um cenário misto. “A resiliência no curto prazo e um carryover maior podem impulsionar o crescimento no próximo ano. No entanto, o impulso fiscal em 2025 deve ser negativo, enquanto a política monetária ficou significativamente mais restritiva, com a Selic terminal projetada 250 pontos-base acima da estimativa anterior”, afirmam.