Santander (SANB11): XP reitera recomendação de venda após balanço
Na avaliação da XP, os resultados do Santander (SANB11) no terceiro trimestre deste ano foram bons, mas a casa de análise reiterou sua recomendação de venda e preço-alvo de R$ 36 por ação do banco, citando a expectativa de aumento nas taxas de inadimplência e exposição a linhas de crédito mais arriscadas.
Em relatório assinado por Vitor Pini, Matheus Odaguil e Artur Alves, a XP destaca que, embora a margem financeira do Santander tenha sido forte — 10% acima do esperado pela casa de análise –, o indicador foi parcialmente compensado por maiores despesas operacionais associadas ao ritmo comercial mais rápido do banco.
“Apesar dos números positivos, acreditamos que os resultados vieram a um preço alto, com o índice de cobertura do banco caindo 50 p.p. em relação ao ano anterior, devido ao baixo provisionamento, enquanto o índice de inadimplência aumentou 0,3 p.p. no mesmo período. Por fim, devido à nossa expectativa de aumento nas taxas de inadimplência e exposição do SANB a linhas de crédito mais arriscadas, reiteramos nossa recomendação de venda”, afirma o relatório.
O lucro líquido do Santander no terceiro trimestre deste ano somou R$ 4,34 bilhões, valor 12,5% maior do que o anotado um ano antes, e 5% maior do que o esperado pela XP.
Já o índice de inadimplência acima de 90 dias também aumentou. O indicador no terceiro trimestre foi de 2,4%, contra 2,1% no mesmo período de 2020. Por sua vez, o índice de cobertura acima de 90 dias registrou perdas ainda maiores em um ano, de -58,8 p.p., para 248% neste trimestre.
O índice de eficiência, que mede a relação entre despesas gerais, receitas e tarifas, e despesas tributárias, foi de 35,7% no terceiro trimestre do Santander, abaixo dos 33,8% registrado de abril a junho. Na comparação anual, a diferença é de 0,01 p.p. para baixo.
Em relação a carteira de crédito, o banco mostrou que houve um crescimento de 13,3% na comparação ano a ano, para R$ 450,262 bilhões. O avanço foi 1% acima do previsto pela XP.
O relatório destaca que os segmentos de pessoas físicas, hipotecas, cartões de crédito e empréstimos pessoais tiveram um aumento sólido, enquanto o corporativo, o leasing de empréstimos de capital de giro foram as linhas que apesentaram um resultado mais forte. “Embora impulsione a lucratividade do banco, acreditamos que a mudança no mix reduz a qualidade da carteira do Santander, o que vemos como negativo, pois esperamos um cenário de maior taxa de inadimplência no futuro”, analisa a XP.
“Apesar do impacto positivo no curto prazo, acreditamos que o banco poderá ter que aumentar as provisões no futuro à medida que as taxas de inadimplência aumentarem, prejudicando a rentabilidade de forma geral”, diz o relatório.
Cotação do Santander
Por volta das 15h30 desta quarta-feira (27), a ação do Santander (SANB11) operava em alta de 1,14%, valendo R$ 35,48, enquanto o mercado reagia ao balanço trimestral do banco.
Por outro lado, no ano, o papel do Santander acumula uma queda de 17,59%, frente ao fechamento a R$ 43,04 ao final de 2020.