O Santander (SANB11) conseguiu na Justiça de São Paulo, a abertura do sigilo de e-mails de Beto Sicupira, um dos acionistas de referência da Americanas (AMER3). As informações foram divulgadas neste domingo (12) pela coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.
O Santander teria conseguido há cerca de 15 dias a quebra desse sigilo. Assim, teve acesso aos e-mails de Sicupira por um período de 10 anos.
As operações da Americanas de uma década estão sendo captadas por advogados, peritos da justiça e pessoas designadas pelo Santander através de milhares de mensagens. No entanto, a análise do conteúdo ainda não estaria sendo realizada.
A captação de e-mails não se limita apenas a Sicupira. Os advogados do Santander também possuem acesso às mensagens de conselheiros e diretores que já estiveram na Americanas, assim como membros do comitê fiscal e pessoas que fizeram parte das finanças e da contabilidade da varejista nos últimos 10 anos.
Essa lista de pessoas inclui, por exemplo, a filha de Beto Sicupira, Cecília Sicupira. Além disso, também envolve os filhos de Jorge Paulo Lemann, que já foram conselheiros da Americanas, Jorge Felipe e Paulo Lemann.
A captação dos e-mails pode levar mais algumas semanas até ser totalmente concluída. O material será guardado com segurança até que de fato se possa fazer algum tipo de análise posteriormente.
Santander: pedido de acesso a mensagens de executivos da Americanas
Em 24 de janeiro, a coluna de Lauro Jardim já havia divulgado que o Santander entrou na Justiça de São Paulo para uma medida cautelar solicitando a produção de provas com vistas a uma ação indenizatória de forma antecipada. A ação visava não só a Americanas mas também seus acionistas.
Na ocasião, o Santander entrou na justiça justamente com o objetivo de obter acesso a uma série de documentos internos que envolviam, por exemplo, Beto Sicupira, filhos de Lemann que atuaram na empresa varejista como conselheiros durante um tempo, e os executivos Miguel Gutierrez e Anna Saicali.
Além disso, o Santander pedia urgência em depoimentos de pessoas que estariam próximas ao processo que levou a Americanas até sua recuperação judicial. Um dos pedidos de urgência na convocação era com Sérgio Rial, ex-CEO da empresa.
Sergio Rial atuou apenas 9 dias como CEO da Americanas. Após descobrir e anunciar as “inconsistências contábeis” bilionárias da companhia, que posteriormente se tornaram dívidas confirmadas com diversos credores, o executivo deixou o cargo que há pouco tinha assumido.
“Não é razoável supor que os administradores que participavam do dia a dia da companhia – em especial os membros efetivos de seus conselhos de administração e fiscal e comitê de auditoria, bem como seu diretor-presidente e diretor financeiro – não dariam falta de uma quantia desta magnitude”, afirmaram na época os advogados do Santander na ação contra a Americanas, Gustavo Tepedino e Rodrigo Fux.