O Santander (SANB11) não deve realizar mais provisões extraordinárias como feito frente à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), segundo Angel Santodomingo, vice-presidente executivo e de Relações com Investidores do banco.
A declaração do diretor foi dada em teleconferência com os analistas nesta manhã. Segundo Santodomingo, o banco “está confortável com a robustez do balanço, o que inclui as provisões extraordinárias feitas no segundo trimestre”.
Mais cedo, o banco apresentou seu resultado referente ao terceiro trimestre deste ano. Junto ao lucro líquido de R$ 3,81 bilhões, alta de 5,6% sobre o mesmo período do ano passado, o banco cortou as despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD), que atingiram R$ 2,91 bilhões no período entre julho e setembro.
O capital destinado para as provisões foi 7,5% menor que o registrado no mesmo período de 2019 e 55% menor que o segundo trimestre deste ano.
“Não esperamos fazer nenhum outro tipo de provisões extraordinárias. No que se refere ao índice de cobertura, temos os R$ 3,2 bilhões provisionados de forma extraordinária no segundo trimestre, mas também provisionamos R$ 3 bilhoes no quarto trimestre de 2019. Acho que temos um balanço bem robusto e forte, mas temos que aguardar para ver como as coisas vão evoluir, as tendências econômicas do País. Estamos confortáveis, tanto em relação a cobertura como as provisões”, afirmou o executivo.
Em resposta a pergunta de um analista, Santodomingo disse que o índice de cobertura de 307% lhes parece conservador. “Pra nós, o índice de cobertura é um resultado, não temos que atingir um nível específico, depende de como classificamos nossas carteiras e como as gerimos”, disse.
O executivo pontuou que esse processo depende “não apenas em relação às necessidades regulatórias, mas também de acordo com nossos modelos de risco”. Para ele, o atual índice de cobertura, que é a razão entre as reservas financeiras e as despesas mensais, está em um patamar elevado.
Sendo o primeiro dos cinco maiores bancos do brasil a mostrar seus números do terceiro trimestre, o Santander demonstra uma forte recuperação da tendência de rentabilidade do setor. No entanto, as ações do banco recuam no pregão desta manhã. Por volta das 11h40, os papéis apresentavam uma baixa de 1,60%, para R$ 34,36.