O Santander (SANB11) registrou lucro líquido societário de R$ 3,86 bilhões no quarto trimestre de 2020, alta de 1,2% ante o terceiro trimestre. No acumulado anual, a instituição teve um lucro de R$ 13,46 bilhões no ano passado, queda de 5% frente a 2019, segundo a divulgação do balanço na manhã desta quarta-feira (3).
A carteira de crédito totalizou R$ 441,65 bilhões, avanço de 16,9% ano contra ano, com destaque para o segmento de pessoa jurídica. O Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) trimetral do Santander ficou em 19,1%, frente a 21,2% no terceiro trimestre e 21,3% no segundo.
O lucro gerencial de 2020, por sua vez, foi de R$ 13,84 bilhões, equivalente a um recuo de 4,8% ante 2019.
O banco informou que as receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias totalizaram R$ 18,46 bilhões no acumulado de 2020, uma baixa de 1,2% sobre os 12 meses do ano anterior. A instituição explica que o resultado foi impactado, sobretudo, pela menor receita de cartões e serviços de adquirente.
Somente no período entre outubro e dezembro do ano passado, essas receitas somaram R$ 5,13 bilhões, um avanço de 8,2% frente ao terceiro trimestre. Houve melhor desempenho em quase todas as linhas de receitas, informou o banco.
Nesse sentido, na comparação trimestral, o destaque positivo ficou por conta das comissões de seguros, que somaram R$ 907,4 milhões, alta de 21,7%. Já o destaque negativo ficou com a colocação de títulos, custódia e corretagem, atingindo R$ 223,5 milhões, queda de 38,1% em comparação com o período anterior.
A margem financeira bruta, de acordo com o balanço, somou R$ 51,10 bilhões em 2020, crescimento de 6,6% no ano atribuído, segundo o banco, a maiores ganhos com operações de mercado e com margem de produtos.
No último trimestre de 2020, a margem financeira, contudo, caiu 0,3%, impactada pelo menor resultado de operações com mercado sendo compensado em partes pelo maior faturamento de margem com clientes.
Índice de inadimplência acima de 90 dias está no menor patamar da história
O índice de inadimplência superior a 90 dias caiu 0,80% na comparação de ano contra ano, indo a 2,1% em dezembro de 2020. Esse é o menor patamar da história do Santander.
Segundo a instituição, esse movimento foi resultado da melhoria do índice dos segmentos de Pessoa Física e Pessoa Jurídica, que ainda são influenciados pelo efeito das prorrogações de pagamentos oferecidas pelo banco.
Ademais, o mix de produtos também contribuiu positivamente para o bom desempenho do índice, que, nos últimos três meses do ano, ficou estável. Já o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias atingiu 2,8% em dezembro, redução de 1,1% no ano e 0,3% no trimestre.
O índice de Basileia atingiu 15,3% em dezembro de 2020, aumento de 0,2% no ano, resultado do aumento do patrimônio do banco. No trimestre, o índice crescreu 0,4%. O Patrimônio Líquido atingiu R$ 78,96 bilhões em dezembro, ou R$ 76,94 bilhões, desconsiderando o saldo do ágio.
Santander se diz confortável com nível de provisões
O resultado das Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) atingiu R$ 15,75 bilhões em 2020, crescimento de 30,2% no ano, sobretudo por conta da constituição de provisão extraordinária de perdas de crédito no segundo trimestre, no valor de R$ 3,2 bilhões. Desconsiderando esse efeito, o resultado foi expandido em 3,8%.
Com isso, o custo de crédito alcançou 3,6% no mesmo período, ou 2,8% excluindo o impacto da provisão extraordinária — o que seria o menor patamar histórico.
No quarto trimestre, o resultado de créditos de liquidação duvidosa somou R$ 2,88 bilhões, baixa de 1,2% frente ao trimestre anterior. O banco diz que sua gestão de riscos “mostrou-se sólida e eficaz”, e que se sente confortável com as provisões atuais.
“Estávamos prontos para um ano mais duro e desafiador, por nossa capacidade de adaptação de tendência, e a Covid-19 acelerou a transformação da indústria. Em 2020 tivemos um grande aprendizado, crescimento e transformação e isso é resultado da cultura Santander“, disse o CEO Sérgio Rial.