O Santander (SANB11) teve seu maior lucro líquido gerencial trimestral da história entre janeiro e março deste ano, atingindo R$ 4,01 bilhões. O montante equivale a um avanço de 4,1% sobre os R$ 3,85 bilhões reportados no primeiro trimestre do ano passado, segundo a divulgação do banco nesta quarta-feira (28).
O Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) médio ficou em 20,9%, uma baixa de 1,4 ponto percentual sobre o mesmo período de 2020. A carteira de crédito total do Santander somou R$ 424,78 bilhões ao final do mês passado.
Esse resultado equivale a um avanço de 12,2% sobre os R$ 378,48 bilhões da carteira no mesmo período de 2020. Destaque para a carteira de pessoa física na comparação anual e trimestral, embora todos os segmentos tenham apresentado expansão.
As despesas com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) somaram R$ 3,91 bilhões. O saldo no trimestre, contudo, ficou em R$ 3,16 bilhões, após a receita de R$ 753 milhões com recuperação de créditos baixados como prejuízo. No quarto trimestre do ano passado, a PDD havia sido de R$ 3,6 bilhões, enquanto no primeiro trimestre de 2020 foi de R$ 3,93 bilhões.
“As despesas de provisão reduziram 0,6% no ano influenciadas pela mudança no mix de produtos ao longo do ano, com maior participação dos produtos colateralizados”, informou a instituição em nota. O aumento nas provisões, por sua vez, é fruto da retomada do crescimento da carteira de crédito de pessoas físicas.
O índice de eficiência do Santander, dado pela relação entre despesas gerais e margem financeira bruta somada às receitas, foi de 35,2% no trimestre, baixa de 1,9 ponto percentual na comparação anual e de 3,6 pontos percentuais frente ao último trimestre de 2020.
“Como já sinalizamos em outras oportunidades, temos uma forte agenda de eficiência, o que contribuiu para que nossas despesas crescessem bem abaixo da inflação”, disse o banco.
A margem financeira bruta somou R$ 13,42 bilhões, avanço de 6,1% na base anualizada e de 8,3% frente ao trimestre imediatamente anterior. A margem com o mercado cresceu 16,6% em comparação ao mesmo período do ano passado, enquanto a margem com clientes subiu 4,3%.
Segundo o banco, o crescimento se deu em função da boa performance de maiores volumes na margem de clientes, enquanto a margem de mercado teve um bom resultado em operações de trading e gestão de ativos e passivos.
“Em março registramos uma ótima dinâmica de negócios, com recorde de produção em diversos produtos, como consignado, venda de cartões de crédito, financiamento de bens & consumo”, disse o CEO Sérgio Rial em comunicado.
Inadimplência segue estável e cobertura do Santander sobe
No que se refere aos indicadores de qualidade da carteira, o Santander reportou um índice de inadimplência acima de 90 dias de 2,1%, uma queda de 0,9 ponto percentual em comparação ao mesmo período do ano passado. Frente ao quarto trimestre de 2020, o resultado ficou estável.
Por outro lado, o índice de cobertura acima de 90 dias cresceu. Saiu de 194% no primeiro trimestre do ano passado para 283% ao final de março de 2021. O resultado destre trimestre, contudo, teve um recuo de 14,2 pontos percentuais frente à cobertura do período entre outubro e dezembro do ano passado, quando era de 297%.
O índice de inadimplência acima de 60 dias continua controlado, saindo de 3,6% para 2,8% de ano para ano. “Seguimos com o acompanhamento rigoroso dos indicadores de qualidade, que permanecem em patamares satisfatórios”, disse o banco, citando que a inadimplência de 15 a 90 dias ficou em 5,8% no trimestre.
O banco também destacou seus esforços no digital. Os canais institucional, aplicativo, WAY e internet banking agora recebem 484 milhões de acessos mensais, um avanço de 39% ano contra ano. No mês passado, 57% da abertura de novas contas foram realizadas por meio dos canais digitais.
Em maio do ano passado, o Santander lançou o GENTE, canal de inteligência artificial, que teve 8,2 milhões de interações em fevereiro deste ano atendendo mais de 1,2 milhão de consumidores. Isso resultou em uma diminuição de 46% nas ligações para centrais de atendimento, em comparação a maio do ano passado.
O número de clientes ativos do Santander em março deste ano era de 28,4 milhões, um crescimento de 7% em um ano. O Net Promoter Score (NPS), que mede a satisfação dos clientes, atingiu 61 pontos no primeiro trimestre deste ano, avanço de 3,2 na comparação anual.