O Santander (SANB11) teve lucro líquido gerencial de R$ 3,88 bilhões no quarto trimestre de 2021, segundo balanço divulgado na manhã desta quarta-feira (2).
Com o número, o Santander no 4T21 reduz o lucro em 10,6% em relação ao terceiro trimestre de 2021 e ficou abaixo do consenso do mercado, que projetava R$ 4,3 bilhões.
No consolidado de 2021, o banco chegou a R$ 16,347 bilhões de lucro, aumento de 7% na comparação com 2020. No acumulado, a Retorno sobre patrimônio médio (ROAE) alcançou 21,2% no ano.
A margem financeira líquida do Santander foi de R$ 10,457 bilhões no 4T21, queda de 4,4% em relação ao trimestre anterior.
“A performance se deve à margem com clientes, que cresceu 9,8% no ano, influenciada principalmente por maiores volumes. Em três meses, o aumento de 2,6% da margem com clientes foi compensado pelas menores receitas com operações de mercado”, diz o release do balanço do Santander.
Por outro lado, a margem financeira líquida do acumulado do ano ficou em R$ 41,761 bilhões, avanço de 8,4% na comparação com 2020.
Carteira de crédito cresceu no 4TRI
A carteira de crédito do Santander foi de R$ 462,74 bilhões. Na relação com o trimestre anterior, a alta foi de 2,8%.
O destaque segue sendo o crédito para pessoa física, com R$ 210 bilhões, ante R$ 125 bilhões para grandes empresas.
Segundo o release do banco, todos os segmentos apresentaram crescimento do saldo no período, “com destaque para consistência do segmento de pessoa física” que contribuiu com 70,4% da variação anual da carteira de crédito total, e de PMEs, que representou 13,7% da variação.
“O crédito à pessoa física fechou ano em R$ 210,2 milhões em dezembro, aumento de 20,6% no ano. Nesse período, os produtos que apresentaram as maiores contribuições positivas foram crédito pessoal/outros (alta de 33,9%), cartão de crédito (alta de 23,2%), crédito imobiliário (alta de 20,5%) e consignado (alta de 10,8%)”, diz o Santander.
Em termos de indicadores de desempenho, o banco mostra estabilidade – e até retração – na maioria dos números. O Retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) caiu 2,3 pontos percentuais e fechou em 20%.
Os índices de inadimplência para 60 dias e 90 dias ficaram em 3,4% e 2,7%, respectivamente, com alta de 0,2 e 0,3 pontos percentuais na comparação trimestral.
Receita com tarifas aumentou
O banco gerou R$ 18,8 bilhões de receita com serviços bancários e tarifas no acumulado de 2021 – sendo R$ 4,9 bilhões no 4T21.
As receitas com cartões atingiram R$ 4.981 milhões no ano, alta de 30,1%, em função do crescimento de 28% do faturamento de crédito e expansão da base de clientes ativos – que cresceu em 18%.
“No trimestre, crescimento de 22,7%, impulsionado pelo crescimento de 15,4% do faturamento, principalmente de crédito, em função do
efeito sazonal de final de ano”, diz o banco.
Com a adesão mais ampla acerca do Pix as receitas com serviços de conta corrente caíram 3,9% no acumulado de 2021, totalizando uma cifra de R$ 3,8 bilhões.
Dividendos do Santander
Em anúncio na noite de terça (1º) o banco divulgou que pagará R$ 3 bilhões em proventos aos seus acionistas, divididos em R$ 1,7 bilhão na forma de Juros Sobre Capital Próprio (JCP) e R$ 1,3 bilhão na forma de dividendos intercalares.
O pagamento dos dividendos do Santander será em parcela única, no dia 4 de março de 2022.
Apenas os investidores com posição comprada ao final do pregão em dia 10 de fevereiro de 2022 terão direito a receber os proventos do Santander.
As ações do banco passam a ser negociadas “ex-proventos“, ou seja, sem direito aos dividendos e aos JCP a partir de 11 de fevereiro de 2022 – a data é válida para as ações SANB3, ações SANB4 e units SANB11.
Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos do Santander foram calculados com base nas demonstrações financeiras do balanço de 31 de dezembro de 2021 e são referentes ao exercício de 2022.
Desempenho de SANB11
No fechamento do pregão da terça, a cotação do Santander fechou em queda de 0,43% para as units SANB11, com as ações ficando cotadas R$ 32,73.
No acumulado de 2022 as ações do Santander sobem 6%. Apesar disso, o acumulado de 12 meses demonstra uma baixa de 16% nos papéis, que chegaram a valer R$ 44 em meados de junho.