Sanepar (SAPR11): ‘Margens pressionadas, seguimos neutros’, diz XP

Após ver o resultado da Sanepar (SAPR11) com lucro líquido de R$ 274,9 milhões, a XP reiterou sua recomendação neutra para as units da companhia, com preço-alvo de R$ 26, ante uma cotação atual de 19,33.

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Segundo os analistas Herbert Suede e Maíra Maldonado, as margens mais pressionadas podem explicar a piora nos resultados da Sanepar.

“Vemos uma redução na margem EBITDA refletindo o aumento de +22% no comparativo anual nos custos gerenciáveis ​​(PMSO), principalmente devido ao aumento de +22% nos custos com pessoal devido a reajuste salarial, indenizações e benefícios relacionados ao Acordo Coletivo; ao aumento de +44% nos custos de materiais de tratamento e ao aumento de +16% nos custos de serviços”, dizem os especialistas.

Resultado da Sanepar ante as projeções da XP
Resultado da Sanepar ante as projeções da XP

A casa também apontou que não houve nenhuma notícia relevante sobre o imbróglio da revisão tarifária, dado o contexto da segunda e última fase da revisão tarifária. A XP aponta que o regulador abriu mais uma consulta pública este trimestre. Além disso, a empresa responsável pela avaliação da RAB incremental para o período de 2016 – 2020 entregou seu relatório à AGEPAR.

“Temos uma avaliação negativa dos resultados da Sanepar no 3T22. Embora a Sanepar esteja atualmente negociando a um EV/RAB implícito de 0,6x, continuamos acreditando que o risco regulatório persiste, e ainda há incertezas em relação à 2ª e última fase da revisão tarifária, que está agendada para abril-23. Mantemos nossa recomendação Neutra para SAPR11“, dizem os analistas.

O destaque financeiro foi o EBITDA ajustado de R$ 573 milhões, ainda 4% abaixo das projeções da XP, de R$ 596 milhões e abaixo do consenso de mercado. O lucro líquido ficou 4,5% acima das projeções d XP, de R$ 263 milhões, principalmente devido ao melhor resultado financeiro.

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Veja mais números da Sanepar no 3T22

Segundo o resultado do 3T22, a receita líquida da Sanepar do período foi de R$ 1,432 bilhão contra R$ 1,32 bi informados há um ano (+8,4%). Já o resultado operacional caiu 5,3%, de R$ 491,3 mi para R$ 465,4 mi.

Segundo a companhia, o resultado foi impactado pelo crescimento de 8,4% da receita operacional líquida e pelo aumento do valor das Receitas Financeiras.

Com isso, a margem Ebitda da Sanepar recuou 4,8 pontos percentuais, para 40%. A margem Ebitda passou de 44,8% para 40,0%, “impactada pelo crescimento dos custos e despesas operacionais. “A geração de caixa operacional no 3T22 foi de R$ 563,5 milhões, redução de 0,2% em relação ao 3T21″, acrescenta a Sanepar.

Em termos operacionais, a cidade de Curitiba foi responsável pela maior parte da receita, totalizando 22,1% do total. Londrina e Maringá aparecem na sequência com 7,4% e 5,3%, respectivamente.

As despesas financeiras cresceram 5,1%, principalmente em despesas com “Juros e taxas de financiamentos, empréstimos, debêntures e arrendamentos”, que passaram de R$ 93,5 milhões no 3T21 para R$ 126,1 milhões no 3T22, decorrente do aumento da base de cálculo dos encargos financeiros em função da captação de recursos de terceiros, bem como dos índices de correção monetária.

As despesas operacionais da Sanepar chegaram a R$ 967,1 mi em 3T22, aumentando em 16,5%. A alavancagem financeira da Sanepar, por sua vez, subiu para 1,7x, o que representa acréscimo de 0,4x.

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Eduardo Vargas

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