Samsung quer investir US$ 17 bilhões em fábrica de semicondutores, em escassez

A Samsung vai investir uma cifra de US$ 17 bilhões em uma fábrica de microchips em Taylor, Texas, segundo fontes ligadas ao assunto.

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O movimento da Samsung deve vir no sentido de atender uma demanda urgente, dado que a escassez de semicondutores já chegou a frear a produção de carros.

Trata-se de um grande investimento para a gigante sul-coreana, no momento em que o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, trabalha para expandir a produção de semicondutores em solo americano.

A possibilidade vem à tona poucos dias depois que o vice-presidente da Samsung, Lee Jae-yong, fazer uma visita de uma semana aos Estados Unidos, reunindo-se com altos funcionários da Casa Branca, legisladores e líderes empresariais, incluindo o CEO da Microsoft (MSFT34), Satya Nadella.

O negócio pode ser confirmado ainda nesta terça-feira. O governador do Texas, Greg Abott, tem um “anúncio econômico” agendado para as 17 horas (hora local).

A fábrica criaria cerca de 1.800 empregos, mas a produção de chips não deve começar antes do fim de 2024, segundo documentos entregues anteriormente pela empresa a autoridades do Estado.

O Texas ofereceu incentivos tributários para atrair o empreendimento. Questionada, uma porta-voz da Samsung disse que ainda não havia uma decisão final sobre o assunto.

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Devem faltar semicondutores até meados de 2022

A escassez de semicondutores que começou com a pandemia seguirá como um problema para a indústria e para os consumidores pelo menos até a metade de 2022, encarecendo produtos eletroeletrônicos.

A avaliação foi feita pela associação de representantes do setor e de especialistas no setor automotivo, um dos que sofreram impacto pela falta de componentes para circuitos elétricos.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi), Rogério Nunes, disse que a demanda de produtos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) aumentou com a pandemia, surpreendendo o setor – que havia sido impactado pela interrupção de várias cadeias produtivas.

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Esse setor de semicondutores é lento no retorno à produção. Ele demora alguns meses em função da sua característica de manufatura”, explicou.

Já o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, afirmou, em entrevista coletiva sobre os resultados do setor, que a retração das vendas em outubro é reflexo das dificuldades enfrentadas pela indústria, como a falta de componentes, em escassez mundial.

“O ano de 2022 continuará sendo de grandes desafios na entrega de semicondutores ao setor automotivo”, disse na ocasião.

“Fala-se entre 5 milhões e 7,5 milhões de carros não produzidos este ano no mundo. São 250 mil a 280 mil no Brasil em função disso, mas outros setores também já começaram a ser afetados – a partir desses últimos meses, a área de TICs, celulares”, observou Nunes. Para ele, a redução da oferta de celulares pode chegar a 10%, “principalmente em função do desabastecimento porque a demanda continua relativamente alta”.

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Samsung é a segunda maior produtora

Atualmente, a empresa, que é conhecida pelos smartphones e gadgets, é a segunda maior fabricante de chips por terceirização do mundo, fabricando semicondutores personalizados para outras empresas.

Analistas frisam que apesar de a companhia apostar alto em tecnologia de produção de chips e afins, será difícil ganhar market share da atual líder de mercado, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., a TSMC (TSMC34).

A TSMC detém uma fatia de 52,9% do mercado, seguida pela Samsung com 17,3%, de acordo com o site alemão Statista.

“A Samsung ainda precisa recuperar o rendimento da produção, bem como a escala de produção e os portfólios de clientes”, disse Eric Tseng, CEO e analista-chefe da Isaiah Research em entrevista ao Nikkei Asia.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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