O Governo Federal ainda não bateu o martelo sobre o aumento do salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, essa mudança trata-se uma de “decisão política”.
“Não tem nenhum pacto rompido. O compromisso de campanha era com o aumento real, que já aconteceu. O presidente cumpre sua palavra nesse ano, e cumprirá nos próximos três anos. Precisamos reestimar o que vai acontecer com a rubrica para submeter à decisão política”, explicou Haddad.
Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, o ministro rejeitou a ideia de que Lula não esteja cumprindo o que foi prometido na campanha, já que o atual salário mínimo, que foi fixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conta com um ganho real ao trabalhador.
Fernando Haddad destacou que o valor direcionado a esse novo reajuste do salário mínimo no Orçamento de 2023 já foi consumido pelo aumento dos benefícios previdenciários — nos cofres públicos, a quantia separada era de R$ 6,8 bilhões.
“Esse recurso do Orçamento foi consumido pelo andar da fila do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), porque a partir do início do processo eleitoral, por razão que não tem nada a ver com respeito a Constituição, a fila começou a andar, porque o governo estava desesperado por voto”, disse Fernando Haddad.
O custo adicional estimado pelos técnicos do governo com o salário de R$ 1.320 é de R$ 7,7 bilhões além do valor previsto no Orçamento.
Haddad também pontuou que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, abrirá uma mesa de negociação com as centrais sindicais para avaliar “adequadamente” o assunto. “Há pedido para a Previdência refazer os cálculos para, na mesa de negociação com as centrais, avaliar adequadamente e responsavelmente como agir a luz desse quadro”, complementou.
Salário mínimo em 2023
Antes da fala de Haddad, as expectativas eram de que o governo poderia ter de esperar até o dia 1º de maio, feriado do Dia do Trabalho, para anunciar o reajuste.
A postergação do anúncio do aumento do salário mínimo daria tempo para o governo monitorar a evolução do comportamento da folha do INSS, que teve a base de beneficiários elevada rapidamente na reta final da campanha eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Técnicos do governo Lula disseram que reajustar agora seria muito difícil, porque não há todo o orçamento necessário. Os números, porém, foram revistos em função do crescimento da estimativa de gastos atrelados ao salário mínimo, como benefícios previdenciários.
Com Estadão Conteúdo