A novela que se arrasta em relação a compra do condomínio Tower Bridge Corporate, único ativo do fundo imobiliário TB Office (TBOF11), teve um novo capítulo nesta segunda-feira (18) após nova proposta apresentada pelo JS Real Estate Multigestão (JSRE11), do Banco Safra.
Segundo apurou o SUNO Notícias, na assembleia que ocorreu nesta segunda, o fundo Hedge AAA, primeiro a demonstrar interesse pelo condomínio TB Office, tentou igualar a proposta feita na última quinta-feira (14) pelo JSRE11, do Safra, de R$ 1 bilhão.
Os gestores do JSRE11, porém, aumentaram o valor em 5%, para R$ 1,055 bilhão (ou R$ 105 por cota) ainda na assembleia nesta segunda-feira. Não houve contraproposta. Uma nova assembleia será convocada para discutir a nova proposta do fundo do Banco Safra.
A primeira proposta pelo TB Office foi do Hedge AAA, no valor de R$ 909,5 milhões. Logo depois, o fundo BlueMacaw ofereceu cerca de R$ 924,6 milhões pelo ativo.
Na quinta-feira passada, o fundo administrado pelo Banco Safra entrou na jogada oferecendo então R$ 1 bilhão pelo condomínio de escritórios. Com essas propostas na mesa, o fundo imobiliário TB Office convocou assembleia com os cotistas para analisá-las.
Com a nova oferta, a compra do ativo do TB Office pelo JS Real Estate Multigestão seria realizada com recursos do próprio fundo, totalizando R$ 650 milhões, e o restante via captação por meio de emissão restrita (ICVM 476).
Embate pelo TB Office
A novela sobre a compra do Tower Bridge Corporate começou com o interesse da Hedge Investments. A Hedge, mesmo cotista do fundo, apresentou uma oferta de R$ 909 milhões pelo prédio comercial. A operação foi questionada pelos cotistas do fundo, alegando um conflito de interesses.
A transação seria intermediada pelo fundo imobiliário Hedge AAA, que ainda está em fase pré-operacional. Caso a proposta seja aprovada, o TB Office, que é administrado pelo BTG Pactual, será liquidado. A Hedge, além de ser cotista, participa como vendedora e compradora.
O Grupo de Investidores em Fundos Imobiliários (Grifi), que se opõe ao negócio, enviou seu questionamento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“No caso em tela, há personagens que, a despeito da condição de cotistas do FII TB Office, alinham-se ao polo comprador. Presume-se que os fundos Hedge e Paladin atuam em face do FII TB Office (TBOF11), querem participar da deliberação sobre o aceite da dita proposta, exercendo um voto conflitado com os naturais interesses do fundo”.