Nesta terça-feira (28), o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), anunciou que a votação do projeto de privatização da Sabesp (SBSP3) começará no plenário da Casa a partir da próxima segunda-feira (4).
A desestatização da Sabesp foi pautada no plenário, mas recebeu duas emendas das bancadas do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Assim, o projeto retorna para as comissões.
A convocação deve ser feita até a próxima sexta-feira (1), após a tramitação das emendas nas comissões, quando expira o regime de urgência feito a pedido do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O relatório do deputado Barros Munhoz (PSDB), favorável à privatização, foi aprovado na última quarta-feira (22). Foram 27 votos a favor e 8 contrários, vindos da bancada do PT e do deputado Caio França (PSB).
A expectativa de deputados da base do governo é de que a sessão da votação que definirá a privatização da Sabesp será entre os dias 4 e 6 de dezembro. O governo precisa de 48 votos para aprovar o projeto.
Sabesp (SBSP3) vai subir 30% com privatização? Citi diz que sim
Na toada do otimismo com a privatização da Sabesp, analistas do Citi elevaram o preço alvo dos papéis da companhia na semana passada.
A casa reafirmou recomendação de compra para as ações da Sabesp, e subiu o preço-alvo para R$ 84 – ante R$ 77.
Atualmente a SBSP3 está no centro de uma disputa entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que busca acelerar a privatização da companhia, e a oposição, que coloca obstáculos legais para evitar a transferência total da empresa para o setor privado.
Entretanto, esse debate não abala os analistas, que ainda estimam valorização de 30%.
Apesar do declínio de 0,37% nas ações no dia, cotadas a R$ 64,42, elas acumulam ganhos de 10,4% no mês e 15,5% no acumulado de 2023.
O Citi não incorpora a opcionalidade que a privatização pode agregar, como um ambiente regulatório mais favorável para receitas e despesas operacionais ou ganhos adicionais de eficiência, em seu novo preço-alvo.
A análise do Citi destaca que, quanto melhor for a tendência operacional pré-privatização, menores serão as desvantagens no caso de não privatização.
Citi vê múltiplos atrativos na Sabesp
A instituição considera uma boa assimetria o fato de a Sabesp negociar a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 11% em seu modelo de não privatização.
A mudança na recomendação da Sabesp baseia-se na maior rentabilidade reportada pela Sabesp nos últimos trimestres, que o banco acredita que deve ser refletida nas ações.
O Citi também reduziu a premissa de ineficiência de longo prazo da Sabesp de R$ 2,6 bilhões para R$ 2,2 bilhões. No entanto, o banco não contabiliza as mudanças que podem ocorrer com a privatização.
O banco afirma que, em seu modelo atual, reduziu o retorno regulatório para 7,5% no próximo ciclo e o manteve nesse nível nos eventos tarifários seguintes.
Antes do Citi, o JP Morgan já havia elevado o preço-alvo da Sabesp, mesmo diante da disputa entre o governo paulista e a oposição em relação à privatização da empresa.
O JP Morgan vê 50% de chances de a desestatização da Sabesp ocorrer, com um preço-alvo de R$ 83, representando um potencial de valorização de 28,9%.
Desempenho das ações da Sabesp
Cotação SBSP3