Sabesp (SBSP3): privatização deve seguir modelo da Eletrobras (ELET3) e terá primeiros passos “nos primeiros 100 dias” do governo
A provável privatização da Sabesp (SBSP3), companhia de saneamento do Estado de São Paulo, pode ser feita nos moldes da desestatização da Eletrobras, segundo informações do Valor Econômico.
Entretanto, o governo estadual de São Paulo estuda esses moldes ponderando as peculiaridades do setor de saneamento contra as do setor elétrico. Essas singularidades exigem negociação com os municípios atendidos pela Sabesp, por exemplo.
Ao jornal, Natália Resende, intitulada “supersecretária” de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado, disse que o passo inicial para a privatização da Sabesp – cogitada pelo governador Tarcísio de Freitas – será dado nos primeiros cem dias da gestão, com os estudos sendo contratados. Outros modelos de desestatização também podem ser avaliados, conta Resende.
Resende afirma que irão detalhar os cenários, mas que já tem um “feeling”, ou um “sentimento” de como se dará esse processo. A supersecretária afirma que enxerga um formato interessante no modelo de privatização que se deu com a Eletrobras.
A privatização da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) também está sendo analisada e o edital será lançado em 2023. Além disso, há o plano de despoluição de rios, concessão para balsas litorâneas e o projeto estadual de ligação seca Santos-Guarujá, atualmente dependendo de balsa. Este último deve ocorrer caso a obra do túnel Santos-Guarujá não seja continuada, incluída na privatização do Porto de Santos.
Por fim, Resende afirmou que o governo de São Paulo irá “estudar a desestatização da Sabesp, abarcando a privatização.” E acrescentou: “Se esta for a melhor opção, caminharemos para isso”. As informações são do Valor Econômico.
Sabesp: chance de privatização diminui após mudanças nos ministérios?
Na semana passada, houve alterações nas atribuições da Agência Nacional de Águas (ANA), que agora ficará sob o guarda-chuva do Ministério do Meio Ambiente. Com essas mudanças regulatórias, as chances de privatização da Sabesp – assim como as da Sanepar (SAPR11) e da Copasa (CSMG3) – diminuíram, segundo analistas da Genial Investimentos.
“Vemos as teses de privatização das empresas de saneamento sob nossa cobertura (Sabesp, Copasa e Sanepar) enfraquecidas. Essa leitura é preliminar e a própria alteração via medida provisória faz com que o Congresso tenha que ainda chancelar eventuais atribuições da agência”, analisa Vitor Sousa.
Segundo a Genial, caso a ANA mude de fato suas atribuições, haverá um desgaste do marco regulatório do saneamento básico. Com isso, ocorrerá uma diminuição do apetite do capital privado por novas oportunidades no segmento.
Visão do mercado
O modelo e o cronograma de privatização da Sabesp ainda não foram definidos, mas, segundo a analista de Energia e Saneamento da XP Investimentos, Maira Maldonado, o mercado continua otimista com a possibilidade.
“Ainda existem alguns passos que precisam ser feitos antes desta desestatização ser proposta, como a renegociação de contratos com prefeituras. Um passo de cada vez. É um processo que leva tempo”, diz a analista, que acredita que o processo de privatização deve ocorrer nos próximos quatro anos de governo de Tarcísio de Freitas no Estado de São Paulo.
Cotação
As ações da Sabesp fecharam em alta de 0,18% nesta segunda-feira (9), cotadas a R$ 55,03.