Sabesp (SBSP3): chance de privatização diminui após mudanças nos ministérios, diz Genial

As chances de privatização da Sabesp (SBSP3) – assim como as da Sanepar (SAPR11) e da Copasa (CSMG3) – diminuíram, segundo analistas, com as recentes mudanças regulatórias no segmento de saneamento. Houve alterações nas atribuições da Agência Nacional de Águas (ANA), que agora ficará sob o guarda-chuva do Ministério do Meio Ambiente.

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Com isso a tese de investimento para Sabesp, Sanepar e Copasa ‘sai enfraquecida’.

Entre as três, a Genial tem recomendação de compra somente para as ações da Copasa, cujo preço-alvo é de R$ 20.

A recomendação da Genial é neutra para a SBSP3 e SAPR11, com preço-alvo de R$ 58 para a empresa paulista e R$ 24 para a companhia paranaense.

“Vemos as teses de privatização das empresas de saneamento sob nossa cobertura (Sabesp, Copasa e Sanepar) enfraquecidas. Essa leitura é preliminar e a própria alteração via medida provisória faz com que o Congresso tenha que ainda chancelar eventuais atribuições da agência”, analisa Vitor Sousa.

Segundo a Genial, caso a ANA mude de fato suas atribuições, haverá um desgaste do marco regulatório do saneamento básico. Com isso, ocorrerá uma diminuição do apetite do capital privado por novas oportunidades no segmento.

O impacto prático seria uma menor atratividade para os governos estaduais em realizar a privatização de empresas como Sanepar e Sabesp.

“Em nossa leitura, os governadores podem optar por não privatizar as empresas estaduais por julgar que o preço a ser pago por esses ativos em um possível leilão vá ser pouco atrativo tendo em vista as alterações do Marco do Saneamento e o desinteresse que isso poderia ocasionar. Ou seja: pode ter a redução pelo interesse em privatizar a Sabesp, Sanepar e Copasa”, diz a Genial.

“Mencionamos inclusive o leilão da Corsan, que se materializou com apenas um consórcio interessado e praticamente sem prêmio em relação ao valor mínimo estabelecido tendo em vista o fluxo de notícias negativo referente ao governo de transição e suas ideias relacionadas ao marco do saneamento”, segue.

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Entenda a alteração na ANA que afeta a Sabesp e o setor de saneamento

A alteração feita se deu por meio de Medida Provisória (MP) – veja o documento completo aqui – que realizou mudanças na esplanada dos ministérios e, assim, tirou a ANA do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e passou a pasta para o Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina Silva no governo do recém-empossado presidente Lula (PT).

A ANA é a maior reguladora do setor, conforme estabelecido pelo Marco do Saneamento (Lei Nº 14,026/2020).

Ou seja, a ANA, anteriormente, facilitava as teses de investimento para eventuais privatizações das companhias.

“Tal modificação [feita pelo Marco Legal do Saneamento] foi positiva por colocar em um único órgão regulador as diretrizes do setor – longe de pressões políticas regionais e visando a evolução do serviço a nível nacional. Antes do marco, a regulação acontecia em nível estadual, modo como a agência estava até então”, diz a Genial investimentos.

Rumor de privatização ocasionou rali recente

No fim de 2022, em meio à corrida eleitoral, as ações da Sabesp engataram um rali em função da expectativa de privatização com a possibilidade da eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o Governo de São Paulo – o que veio a se concretizar.

Além disso, a Sabesp subiu junto com outras estatais estaduais após o Governo do Paraná sinalizar a sua intenção em privatizar a Copel (CPLE6), a companhia elétrica do estado.

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Eduardo Vargas

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