Sabesp (SBSP3) beira R$ 500 milhões de lucro, mas custos preocupam analistas; ações caem 3%
Com alta de 11% no comparativo anual, a Sabesp (SBSP3) anotou um lucro líquido de R$ 468,6 milhões no terceiro trimestre deste ano, conforme resultado financeiro arquivado em documento na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no fim desta quinta-feira (11).
Segundo o balanço da Sabesp, a companhia teve alta em praticamente todos os indicadores de ganho e geração de capital (receita, EBITDA), o que também foi acompanhado pela alta de 13,8% nos custos e despesas.
A receita líquida da companhia somou R$ 5,1 bilhões no acumulado trimestral (alta de 16% em relação ao mesmo período de 2020), sendo que destes, foram R$ 4,2 bilhões em receitas provenientes de serviços de saneamento – principal enfoque da companhia.
O EBITDA ajustado saltou 18%, saindo de R$ 1,51 bilhão para R$ 1,78 bilhão no comparativo dos resultados da Sabesp no 3T21 de 2020 e 2021.
Essa alta na receita vinda de serviços de saneamento, segundo a companhia, tem base em quatro fatores:
- Reajuste tarifário
- Aumento no volume total, excluídos os volumes isentos de cobrança das categorias residencial social e residencial favela no 3T20
- Aumento da receita com o início da operação no município de Mauá
- Aumento da tarifa média pelo incremento no volume faturado das categorias Comercial, Industrial e Pública
Segundo a Sabesp, em junho de 2020, a empresa firmou acordo com o município de Mauá para a operação unicamente dos serviços de água, iniciada em novembro.
O impacto decorrente do início da operação sobre o 3T21 foi de R$ 24,7 milhões na receita de serviços de saneamento e de R$ 11,4 milhões nas despesas.
Por outro lado, a companhia de saneamento justifica a alta de R$ 347 milhões nos custos e despesas gerais – que totalizaram R$ 3,9 bilhões – pela variação cambial.
Seguindo a companhia, a cotação do dólar influenciou o resultado trimestral ainda que a dívida em moeda estrangeira tenha reduzido no período.
Ainda com impactos por conta da pandemia, a Sabesp cita que a postergação do reajuste tarifário no 3T20 tem impacto líquido estimado de R$ 65,6 milhões sobre a receita operacional.
XP vê resultado em linha com expectativas
Após a divulgação do balanço, os analistas da XP frisaram sua recomendação neutra para os papéis, com com preço-alvo de R$ 52 por papel.
“Os resultados refletem um aumento de 18% na receita no comparativo anual, principalmente devido à combinação de um reajuste tarifário de 7,0% em maio de 2021 e um de 3,4% em agosto de 2020, um aumento de 3,7% nos volumes faturados (excluindo o município de Mauá) e um melhor mix de clientes, como resultado de maiores volumes nos segmentos comercial e industrial, portanto, uma melhoria implícita nas tarifas de 20,2% no comparativo anual vs. nossa estimativa de 22,1%no comparativo anual, diz o relatório da corretora.
Como destaques negativos, os analistas citam um aumento nos custos gerenciáveis (PMSO) de 18,1% no comparativo anual (um pouco melhor do que a estimativa da casa) que foi parcialmente compensando por melhorias na receita e com isso, manteve-se o resultado final estável em R$ 468,6 milhões – alta de 11%.
Cotação das ações da Sabesp
Com desempenho negativo na maioria dos acumulados, os papéis da Sabesp sobem 2,5% nos último cinco pregões, mas foram destaque negativo no segmento de utilities segundo o BB Investimentos.
“Em outubro, as ações de utilities performaram melhor que o Ibovespa de maneira geral, mais uma vez confirmando seu perfil defensivo em momentos de estresse no mercado. AES acentuou a queda e Sabesp devolveu a alta do mês anterior”, conta no relatório do banco de investimento.
Com cotação de R$ 35,80, as ações ordinárias da Sabesp caem 3% no pregão desta sexta-feira (12) após a divulgação do balanço trimestral.