Sabesp (SBSP3): veja 5 possíveis gatilhos para a ação
Em novo relatório sobre a Sabesp (SBSP3), o Goldman Sachs reitera sua recomendação de compra e afirma que não apenas considera que a ação está sendo negociada a um valuation atraente, mas também vê potenciais catalisadores em um futuro previsível.
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Assim, a casa lista 5 possíveis gatilhos para as ações da Sabesp que, caso se concretizem, podem levar o papel ao preço alvo de R$ 114,50, o que representa um potencial de alta de cerca de 54%.
Confira a seguir os 5 possíveis gatilhos para as ações SBSP3 listados pelo Goldman Sachs:
1) Reconhecimento mais rápido de investimentos no RAB (R$ 6-18/ação)
A SBSP3 anunciou no final de 2024 uma alteração em seu contrato de concessão para reduzir o atual atraso de aproximadamente 18 meses entre a realização dos investimentos (capex) e seu reconhecimento nas tarifas. Embora a metodologia exata ainda não tenha sido definida, o Goldman Sachs estima dois cenários possíveis:
- Cenário conservador: caso os investimentos sejam compensados até o final do ano de referência, o atraso cairia para 12 meses, resultando em um potencial de valorização de R$ 6 por ação.
- Cenário otimista: caso os investimentos sejam compensados até a data da revisão tarifária, eliminando o atraso, a valorização poderia chegar a R$ 18 por ação.
A casa observa, no entanto, que o mercado já pode ter precificado o cenário mais conservador, o que reduz o impacto futuro na ação da Sabesp.
2) Leilões de saneamento no Estado de São Paulo (R$ 9-18/ação)
Atualmente, cerca de 230 municípios paulistas ainda operam sob empresas estatais de saneamento. Essas cidades representam um potencial de R$ 33 bilhões em RAB (base de ativos regulatórios), uma oportunidade significativa para a Sabesp.
- 133 municípios já aderiram ao programa UniversalizaSP, com leilões de privatização previstos para o segundo semestre de 2025. Se a Sabesp adquirir esses ativos a um múltiplo de 0,75x EV/RAB, o impacto potencial seria de R$ 9 por ação.
- Os demais municípios ainda não aderiram ao programa, mas, caso o façam no futuro, haveria um potencial adicional de R$ 9/ação, totalizando R$ 18 por ação no cenário mais otimista.
3) Leilões de saneamento no Brasil (R$ 1,4/ação para cada R$ 10 bilhões de capex vencido em leilões)
Além de São Paulo, o Brasil possui um pipeline robusto de leilões de saneamento nos próximos dois anos, cobrindo cerca de 15% da população e com um investimento estimado em R$ 87 bilhões.
- Se a Sabesp conseguir adquirir ativos nas regiões onde a Equatorial Energia (EQTL3) já atua na distribuição de energia ( aproximadamente 55% do pipeline), e assumindo um modelo semelhante ao do Estado do Pará, o potencial de valorização seria de R$ 7 por ação.
- Para os leilões de outras regiões do Brasil, o impacto potencial seria de R$ 5 por ação.
O Goldman Sachs estima um retorno real alavancado (IRR) de 13-15% nesses projetos, reforçando a atratividade da oportunidade.
4) Redução mais rápida de custos operacionais (R$ 10/ação)
A Sabesp tem uma grande oportunidade de geração de valor via eficiência operacional. Anteriormente, todos os ganhos de eficiência eram repassados integralmente aos consumidores. No entanto, a nova regulação introduziu uma regra de compartilhamento escalonado, incentivando a empresa a cortar custos de forma recorrente.
- O Goldman Sachs projeta que a Sabesp reduzirá seu custo operacional unitário em 30% até 2030.
- A Equatorial conseguiu cortar despesas de PMSO (Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outros) em 41% em menos de três anos em suas quatro distribuidoras de energia.
- Se a Sabesp atingir um desempenho similar, o impacto positivo seria de R$ 10 por ação.
5) Redução mais rápida de ineficiências de receita (R$ 4/ação)
A empresa ainda apresenta um gap de ineficiência entre suas tarifas regulatórias e a receita efetiva, causado por:
- Descontos comerciais para grandes clientes
- Erros de faturamento e medição
- Desalinhamento na composição tarifária
O Goldman Sachs espera que essa ineficiência diminua de 8% da receita bruta em 2024 para cerca de 1% a partir de 2026. Caso a empresa elimine totalmente esse gap até 2026, o impacto positivo seria de R$ 4 por ação.
Além disso, a Sabesp precisa notificar a ARSESP (agência reguladora) no primeiro semestre de 2025 sobre os novos contratos, para que a agência determine quais descontos poderão ser cobertos pela tarifa. Se o desconto total de R$ 800 milhões cair para R$ 300 milhões, poderia haver um aumento de 7% no EBITDA da empresa, sendo que parte desse impacto já está precificada nas projeções.