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Leilão da Cedae envolve Sabesp (SBSP3) e Itaúsa (ITSA4); saiba o que está em jogo

Cedae - Foto: Reprodução Facebook

Cedae - Foto: Reprodução Facebook

Após várias tentativas de suspensão, acontece nesta sexta-feira (30) o leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, a Cedae. Marcado para às 14h na sede da B3, o evento contará com a participação de quatro consórcios – três deles com as empresas listadas na bolsa de valores Sabesp (SBSP3), Equatorial (EQTL3), e Itaúsa (ITSA4).

Confira a configuração dos consórcios:

Segundo especialistas, o vencedor do leilão terá grandes desafios pela frente, mas que devem compensar o esforço. “O operador que vencer determinado bloco terá de atuar em várias frentes, como em termos de melhorias de gestão, diminuição de perdas, recuperação de créditos e limitação dos níveis de inadimplência”, afirmou ao SUNO Notícias Edson Gonçalves, professor do Centro de Estudos e Regulação em Infraestrutura da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No entanto, ele destaca que investimento é seguro no longo prazo. “É um aporte com um perfil de rentabilidade boa e me parece uma ótima oportunidade para qualquer empresa que ganhar”, afirma.

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Ao todo, foram apresentadas 12 propostas e vence cada bloco quem fizer a oferta com maior valor de outorga.

Somados, os blocos têm valor mínimo de outorga de R$ 10,6 bilhões, possuindo ainda investimentos na casa dos R$ 30 bilhões ao longo dos 35 anos de contrato.

Segundo foi noticiado, o consórcio liderado pela Aegea, que tem entre seus acionistas a Itaúsa, foi o único a apresentar propostas por todos os blocos. O consórcio da Sabesp teria apresentado uma oferta pelo bloco 1, composto pela Zona Sul da Capital e mais 18 municípios, e 2, que inclui a Zona Oeste da capital e dois municípios. Os dois têm outorgas mínimas de, respectivamente, R$ 4,03 bilhões e R$ 3,17 bilhões.

Os consórcios da Equatorial Energia e da BRK Ambiental manifestaram interesse nos blocos 1, 2 e 4, este conta com os bairros do centro e da Zona Norte da capital fluminense e mais sete cidades, e tem valor mínimo de R$ 2,5 bilhões.

O terceiro bloco, também com bairros da Zona Oeste e com mais seis cidades,  é o mais barato de todos, saindo por um mínimo de R$ 908,1 milhões.

Após a abertura dos envelopes, se houver propostas com valor até 20% menor em relação à maior oferta, o leilão irá para uma etapa de lances em viva-voz.

Segundo o especialista da FGV, não existe um favorito para o certame de hoje. “Não vejo nenhum consórcio como favorito. Todos eles têm algum diferencial. Há as empresas com expertise em saneamento, como a Aegea e a Sabesp, por exemplo. Os fundos de investimentos privados participantes têm grande interesse e também possuem especialidade em infraestrutura. Mesmo o consórcio liderado pela Equatorial é um bom competidor. A companhia estrearia no setor, mas tem como base uma estrutura muito sólida”, diz Gonçalves.

Cedae é grande beneficiada pela participação das empresas

Para o professor, o grande beneficiado, com esse nível de competição, é o próprio leilão, que tem mais chances de sucesso.

“É o maior projeto de infraestrutura do Brasil neste ano. Um dos maiores leilões desse tipo de empreendimento da história. O leilão da Cedae é um divisor de águas para o setor de saneamento e se tudo der certo será um grande exemplo, um grande motivador, para que mais investidores sejam atraídos por esse tipo de empreendimento e mais cidades conheçam esse tipo de modelagem”, explica.

A Cedae continuará sendo estatal, responsável pela captação da água, com os quatro blocos sendo operados pelas empresas vencedoras. “Teremos um conjunto de players que, por conta do novo marco do saneamento e por conta do que foi colocado no edital, terão obrigações muito claras de metas, investimentos e melhoria da qualidade do serviços. É uma melhora em todos os sentidos”, conclui.

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