Sabesp (SBSP3): Governo de SP abre audiência e consultas públicas sobre processo de privatização; ações disparam
O Governo de São Paulo publicou nesta quinta-feira (15) no Diário Oficial do Estado (DOE) a abertura das audiências e da consulta pública do processo de privatização da Sabesp (SBSP3). As ações da companhia disparam na manhã desta quinta-feira (15), liderando as altas do Ibovespa.
Perto das 12h40, as ações ordinárias de Sabesp subiam 3,62%, cotadas a R$ 81,85. No ano, os papéis sobem 11,16%, segundo o Status Invest.
Cotação SBSP3
Com início nesta quinta-feira (15), a consulta pública será feita de forma virtual e ficará aberta durante 30 dias. O objetivo é colher sugestões e contribuições relacionadas à documentação disponibilizada na página da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Estado, que trata do processo de desestatização da Sabesp.
Poderão participar da consulta pública da Sabesp pessoas físicas ou jurídicas interessadas no assunto. As contribuições deverão ser feitas por escrito, por meio de formulário on-line.
Ao todo, serão realizadas oito audiências públicas, sendo uma virtual e sete presenciais, nas cidades de São Paulo, Santos, São José dos Campos, Registro, Franca, Presidente Prudente e Lins, a partir do próximo dia 23 de fevereiro. A reunião virtual será realizada no canal da Semil no YouTube, em 14 de março.
Segundo a Sabesp, a consulta pública vai avaliar o contrato de concessão, o plano regional de saneamento básico e o regimento interno da Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário 1 (URAE-1), que compreende 370 dos 375 municípios atendidos pela Sabesp.
Sabesp deverá ter acionista de referência em modelo de privatização, diz jornal
A alta nas ações de Sabesp nesta quinta-feira também é explicada pela notícia divulgada pelo jornal Valor Econômico de que o processo de privatização da companhia, previsto para ocorrer em junho, vai ter a figura de um investidor de referência com participação de, ao menos, 15% na companha privatizada.
De acordo com a publicação, a ideia é de que esse posto seja ocupado por uma empresa que saiba operar no mercado regulado. Atualmente, segundo fontes, Equatorial (EQTL3), Cosan (CSAN3), Votorantim e Pátria avaliam o investimento.
“Já havia por alguns gestores um view positivo para o processo de privatização por si só. Agora, com esse interesse de players com expertise no setor, acabou virando a cereja do bolo para a Sabesp”, comentou Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
Sabesp (SBSP3) anuncia quais bancos vão coordenar oferta de ações para privatização
No fim do ano passado, a Sabesp informou já ter escolhido as instituições financeiras que vão atuar como coordenadores globais na estruturação de uma potencial operação de follow-on da empresa, ou seja, a oferta subsequente de ações da sua privatização.
Em comunicado, a companhia de saneamento informou os coordenadores globais que foram escolhidos para uma potencial follow-on da Sabesp foram: BTG Pactual (BPAC11), Bank of America (BofA), Citi e UBS – BB.
Ademais, a Sabesp diz que vai manter o mercado informado sobre os desdobramentos desse assunto em um novo comunicado posteriormente.
Cabe lembrar que os deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo já aprovaram no começo de dezembro o projeto de privatização da Sabesp. A expectativa do governo do Estado de São Paulo é de que a transação estruturada pelos bancos possa ser concluída até este ano.
Também em dezembro, o conselho de administração da Sabesp aprovou um novo plano plurianual de investimento (PPI), no valor de R$ 47,4 bilhões entre os anos de 2024 e 2028, incorporando os investimentos do Projeto Integra Tietê, associado a recuperação do rio.
Dessa quantia, aproximadamente R$ 33,991 bilhões vão ser investidos na expansão de sistemas de água e esgoto nos anos seguintes. Já os investimentos da Sabesp destinados à melhoria de sistemas, eficiência e renovação de ativos devem ser de R$ 11,267 bilhões.
A empresa destaca que os valores constantes do PPI da Sabesp “ainda não consideram efeitos do processo de desestatização, dentre eles a ampliação da área de concessão com o consequente aumento da população atendida, bem como a antecipação das metas de universalização, o qual está em fase de detalhamento sob coordenação do Governo do Estado de São Paulo”.