As ações da Sabesp (SBSP3), companhia de saneamento do Estado de São Paulo, caíram 4,4% nesta terça-feira (6), cotadas a R$ 56,57. A companhia está no radar do governador eleito, Tarcísio de Freitas, para ser privatizada. O mercado deveria estar empolgado com a possibilidade da venda da Sabesp, como ocorreu nos últimos dias, em que se viram altas dos papéis da empresa na Bolsa. A Sabesp chegou a ter papéis negociados a mais de R$ 60.
O que motivou a queda hoje, afinal? É que, segundo o site Metrópoles, Tarcísio disse que pretende indicar André Salcedo para presidente da companhia. Salcedo é ex-diretor de Fomento do Ministério da Infraestrutura.
Salcedo já foi funcionário do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Foi alvo da Operação Bullish, do MPF (Ministério Público Federal) e da PF (Polícia Federal), suspeito de gestão fraudulenta.
O atual CEO da Sabesp é Benedito Braga, desde 2019 presidindo a empresa.
Na quinta-feira (1º), Tarcísio de Freitas sugeriu a possibilidade de venda de participação do governo na Sabesp. Atualmente, o governo paulista detém o controle acionário da empresa de saneamento básico. A declaração foi feita após uma palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Segundo Tarcísio de Freitas, a Sabesp vem perdendo a capacidade de investimento. No entendimento dele, a antecipação da meta de universalização do saneamento, prevista para 2033 pelo marco legal, seria possível somente com o direcionamento de valores da iniciativa privada.
“Se nada for feito, a Sabesp, ao longo do tempo, vai perder valor paulatinamente. Cada vez mais, ela vai perder valor”, declara Tarcísio de Freitas.
“Quando a gente compara o custo Sabesp com o custo regulatório, a gente vê que o custo Sabesp é 17%, 20% maior que o custo regulatório”, afirma. “Então, há uma ineficiência e, ao longo do tempo, a Sabesp vai perdendo valor, até que essa perda, em algum momento, comprometerá a capacidade de investimento”, complementa.
O futuro governador de São Paulo tem considerado realizar a privatização da Sabesp no modelo usado para a Eletrobras (ELET3).
Tarcísio de Freitas entende que, por meio da capitalização, seria possível conciliar a elevação de eficiência da Sabesp sem que o governo perca a influência sobre diálogos da empresa.